Alimentación Colombia Bogotá, Cundinamarca, Lunes, 28 de enero de 2008 a las 12:00

A aplicação de campos magnéticos favorece o crescimento das plantas leguminosas

Segundo a experiência do Grupo de Instrumentação Científica e Didática da Universidade Distrital

YCC/NOTICYT/DICYT Como no clássico conto de “João e o pé de feijão”, as plantas desta leguminosa, estimuladas por campos magnéticos, elevaram-se por cima de seus congêneres, apesar de todas terem sido cultivadas nas mesmas condições. A causa desta variação a favor das sementes que aceleraram o seu crescimento foram os ímãs colocados em sua base. 

 

Esta observação foi o resultado do trabalho realizado pelos integrantes do Grupo de Instrumentação Científica e Didática da Universidade Distrital e, embora as plantas não tenham alcançado o céu, como no conto, foram sim notáveis as diferenças apresentadas em relação à envergadura do talo, ao tamanho das folhas e ao peso dos “feijões magnetizados”.

 

Os ímãs utilizados na experiência apresentavam as mesmas propriedades magnéticas dos ímãs correntes e, ao acomodá-los na base dos vasos de cultivo experimental, os resultados atingidos pela leguminosa foram promissores. Mais adiante se espera confirmar os resultados num cultivo em terreno aberto, tendo em conta os aspetos ambientais.

 

Para o biólogo Oscar Mahecha, integrante do grupo, as diferenças em crescimento observadas após 30 dias de experimento (a planta que não havia sido “magnetizada” tinha cerca de 13 cm, enquanto que a outra tinha 18 cm) teriam sido causadas pela “influência do campo magnético produzido pelos imãs, que facilitou a absorção dos nutrientes. A polaridade do campo acelera o ingresso de cálcio e ferro, principais alimentos para a planta do feijão.”

 

Também se verificou um maior crescimento das raízes na planta estimulada magneticamente, o que se explica, segundo Mahecha, pela ação exercida pelos ímãs no sistema radicular (raízes) e que por sua vez facilitaram a absorção do cálcio, essencial para o crescimento do tecido da planta, e de ferro, que contribuiu para o fenômeno de fotossíntese da leguminosa.

 

“Todos os três modelos de cultivo foram realizados sob as mesmas condições ambientais em termos de qualidade da água, de temperatura e de qualidade do solo; o único fator que variou foi a disposição dos imãs”, explicou para a NOTICyt a física Adriana Blandón da Universidade Distrital.

 

Este aspecto foi de grande importância para a metodologia e os resultados da pesquisa, já que, como destacou Blandón, a disposição dos ímãs na base do modelo gera um campo magnético longitudinal, e produziu melhores resultados do que quando estes foram colocados nos lados do segundo modelo; este segundo modelo produziu um campo transversal, e o crescimento da planta e o tamanho de suas folhas foi muito similar ao do feijão que não tinha recebido nenhum estímulo magnético.

 

Desta forma, se constatou que a direção do campo magnético influi sim no crescimento das plantas, na área de suas folhas, na sua biomassa ou peso e no seu sistema de raízes. “Inclusive, foi mais difícil arrancar a planta que havia sido estimulada com o campo magnético longitudinal, pela densidade de sua raiz”, comentou Mahecha.

 

Estes resultados corroboraram com a informação registrada na literatura especializada, que mostra como na Europa, fundamentalmente na Espanha e Polônia, o biomagnetismo aplicado à agricultura se constitui gradualmente em uma alternativa ecológica, dadas as suas vantagens, não só em relação ao rendimento do cultivo, mas também à economia de água.


Biomagnetismo, gentil com o ambiente

 

Outro benefício atribuído ao biomagnetismo é a economia de água, resultante da diminuição do consumo das plantas estimuladas.

 

A razão, segundo Mahecha, é o comportamento das proteínas da membrana celular da planta. “Ao serem estimuladas magneticamente, estas se organizam em paralelo, compactando-se e enrijecendo a membrana celular, e desta forma evitando o processo de evapotranspiração, (perda de água pelo “suor” da planta); essas plantas devem, portanto, ser menos regadas”.

 

De fato, o acordo com os pesquisadores demonstrou que as sementes tratadas magneticamente consomem até 75% menos água. “Deste modo, a planta produz mais energia para si, porque não a perde no seu processo de transpiração, logo aproveitando esta energia para estimular seu metabolismo e crescer mais”, sublinhou Adriana Blandón.

 

Do mesmo modo, outros trabalhos em fase já adiantada no país permitiram demonstrar os benefícios do biomagnetismo em termos de conservação da fertilidade do solo e de uso de compostos para agricultura orgânica. Assim o concluíram pesquisadores da Universidade Nacional e da Universidad del Valle no estudo “Influência de ímãs permanentes na variação da matéria orgânica e na atividade microbiana de três emendas orgânicas”.

 

De acordo com os autores: “O incremento da atividade microbiana (para compostos orgânicos) depende dos níveis de intensidade magnética, do nível de exposição e da composição da emenda. Desta maneira propõem-se alternativas inovadoras para melhorar os cultivos de leguminosas tais como o feijão e a ervilha, sem alterar geneticamente as plantas, apenas acentuando uma condição natural como a do magnetismo”, indicou Mahecha.

 

Ainda assim é necessário avançar em novas frentes de pesquisa que indiquem se ao serem expostos os cultivos a intensidades magnéticas muito altas (na experiência foram expostas a 5 militeslas, uma intensidade muito baixa), a planta sofre algum dano.

 

No entanto, esta prevenção parece inócua, pois em cultivos europeus se provocaram campos magnéticos com intensidades de até 200 militeslas, ainda que em dimensões diferentes, e foram regadas plantações experimentais com água magnetizada. No país se espera confirmar os resultados num cultivo em terreno aberto, considerando os aspectos ambientais.

 

Por estas razões, o biomagnetismo é visto como uma nova metodologia de semeadura para dar resposta a alguns dos problemas mais complexos da agricultura contemporânea: a escassez de água, qualidade e eficiência dos cultivos, sem necessidade de mais fertilizantes químicos, concluiu o biólogo Oscar Mahecha.