Salud España , Valladolid, Martes, 08 de enero de 2013 a las 13:52

Analisa-se os benefícios do exercício físico em pacientes com esclerose múltipla

Pesquisadores do Hospital Clínico Universitário de Valladolid trabalham nesta linha

Cristina G. Pedraz/DICYT A Esclerose Múltipla (EM) representa atualmente a primeira causa de deficiência física de origem não traumática em adultos jovens na Espanha. Estima-se que cerca de 30.000 pessoas estão afetadas pela doença no país, e que após um período de evolução de 15 a 20 anos, praticamente 65% dos paciente adquire um grau de deficiência considerável. No entanto, o perfil clínico da doença é variável e existem diferentes formas de início e evolução. No Hospital Clínico Universitário de Valladolid existe há quatro anos uma Unidade especializada em EM que, além do tratamento destes pacientes, realiza diversas atividades de pesquisa.

 

Como detalha a neurologista Nieves Téllez, responsável por esta Unidade, os tratamentos disponíveis atualmente “conseguem modificar a história natural da doença, sobretudo se iniciado nas fases mais precoces da mesma”. Contudo, agrega, existe uma importante “etapa” que ainda não foi ultrapassada no campo dos tratamentos. “A pesquisa faz parte desta engrenagem na qual, como a clínica e outros tipos de serviços aplicados aos pacientes, deve ser uma ferramenta a mais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes no dia a dia”, indica em declarações coletadas pela DiCYT.

 

No início da EM predomina a inflamação e para estudá-la os especialistas utilizam basicamente duas ferramentas, “a imagem e determinados parâmetros imunológicos e biológicos que servem como biomarcadores, sobretudo no diagnóstico e no prognóstico da doença”. Em um dos modelos clínicos nos quais se baseia existe uma fase na qual predomina a degeneração axonal, isso é, a degeneração neuronal, e nela os especialista utilizam a ressonância. “O que nos interessa sobretudo é identificar e utilizar marcadores que nos informem a resposta ao tratamento, o dano axonal e a neuroreparação”, agrega.

 

Neste marco, o exercício físico “é algo que os pacientes não demandam com freqüência, já que são pessoas jovens, que normalmente praticam atividades físicas”. Até pouco tempo estava “terminantemente proibido” para os pacientes com EM realizar exercício físico. Logo, observou-se que o exercício é benéfico em muitas áreas, algumas relacionadas com o Sistema Nervoso Central, e em doenças com uma base imunológica, como a EM, “o exercício físico favorece e promove estados antiinflamatórios e controla os estados pró-inflamatórios. Também observou-se, continua, que o exercício físico “resulta em benefícios concretos gerais sobre a EM”.

 

Os pesquisadores do Hospital Clínico quiseram dar um passo a mais e há quatro anos aproximadamente solicitaram um projeto FIS (projetos de investigação em Saúde do Instituto Carlos III) com o objetivo de avaliar os benefícios do exercício físico em um determinado momento da doença. Para este ano prevêem o início de outro projeto, desta vez como grupo coordenador em colaboração com o Centro de Investigação em Deficiência Física (Cidif) da Aspaym Castela e Leão, a Unidade de Investigação em Infecção e Imunidade e o Laboratório de Processamento de Imagem (LPI) da Universidade de Valladolid, no qual serão analisados parâmetros biológicos, radiológicos, biomecânicos e clínicos. Do mesmo modo, solicitaram a colaboração de um centro de referência internacional, o Centro de Esclerose Múltipla da Catalunha, “que avaliou, avalizou e melhorou nosso projeto, decidindo participar como centro satélite”.

 

Linhas de pesquisa

 

Além desta linha de pesquisa sobre exercício físico, estão sendo realizados outros estudos da progressão da doença ou, dentro da linha de neuroreparação, o desenho de um modelo animal focado nesta subpatologia. Ademais, desenvolvem uma linha focada na neuroimagem avançada, considerando “a necessidade de utilizar técnicas não convencionais para poder medir o que estamos pesquisando”.

 

Estes trabalhos ensejam atualmente teses doutorais e diversas publicações, alguma de grande impacto. Especificamente, 75% dos artigos publicados são internacionais.

 

Pesquisa Aplicada e Medicina Translacional

 

Este trabalho foi apresentado na I Jornada de Investigação Aplicada e Medicina Translacional, organizada pela Unidade de Pesquisa Biomédica do Hospital Clínico Universitário de Valladolid. Durante a jornada foram apresentadas diversas linhas de pesquisa e projetos concretos que estão sendo realizados no Hospital Clínico e em centros afins. Jesús Bermejo, responsável pela Unidade de Investigação Biomédica do centro, enfatizou que as atividades de pesquisa permitem “economizar custos sanitários”.