Salud España , Salamanca, Martes, 30 de abril de 2013 a las 14:30

Análise da imagem de um chiclete mastigado mede a capacidade de triturar alimentos

Pesquisadores da Clínica Odontológica da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca desenvolveram um sistema pioneiro

José Pichel Andrés/DICYT Pesquisadores da Clínica Odontológica da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca desenvolveram um sistema pioneiro de análise de imagem que, a partir de um chiclete mastigado, determina o rendimento da mastigação de um paciente. O teste é muito simples, porque o sujeito somente precisa mastigar o chiclete e graças a programas informáticos os profissionais podem saber de modo objetivo se terá uma capacidade de mastigar aceitável com uma prótese, um implante, ou qualquer outro tratamento dental ao qual tenha sido submetido.

 

Javier Montero, pesquisador da Clínica Odontológica, tenta avaliar há tempos o grau de satisfação oferecido pelas terapias, mas geralmente a avaliação é subjetiva, já que é muito difícil estabelecer parâmetros que possam medir externamente. Neste caso, o trabalho de conclusão de curso de seu aluno Juan Delgado Martínez propõe um sistema para realizar uma avaliação funcional, “um teste do rendimento mastigatório que pode ser contrastado com o nível de bem-estar expressado pelo paciente”, afirma o pesquisador em declarações a DiCYT.

 

“É um teste agradável, utilizamos chicletes sem açúcar e a parte inovadora que aportamos, em colaboração com o Serviço de Meios Audiovisuais da Universidade de Salamanca, é oferecer um dado objetivo usando um software livre para que todo mundo possa utilizá-lo e copiá-lo”, comenta Javier Montero. O trabalho baseia-se em uma versão do programa comercial Photoshop, bem como no Image J, que é livre.

 

Depois que o paciente o tenha mastigado várias vezes, o chiclete é amassado para que tenha uma superfície homogênea passível de ser analisada por um programa de tratamento de imagens. A chave está em utilizar uma goma de mascar de duas cores, azul e branca. O programa informático indica a área azul, a área branca e a área que aparece misturada e tira uma porcentagem de cada uma. Se as cores permanecem puras, a capacidade de mastigação do paciente é menor do que se estão muito misturadas, e com este sistema é possível determinar uma fração exata deste grau de mistura.

 

Esta nova técnica é barata e agradável. Em comparação com outros testes, é muito cômoda para o paciente, já que somente é preciso indicar a quantidade de vezes que deve morder o chiclete. “Mede o rendimento de maneira objetiva, porque um paciente pode sentir que mastiga mal, mas ter uma boa capacidade de trituração”, afirma o especialista. O teste desenvolvido pela Clínica Odontológica poderia estabelecer uma porcentagem mínima de rendimento para estimar se um tratamento foi satisfatório, ainda que de momento este avanço somente seja uma proposta para avaliar o resultado terapêutico do ponto de vista funcional.

 

Tentativas anteriores

 

Tradicionalmente, para tentar medir a capacidade de mastigação dos pacientes eram utilizados alimentos padrões, como pedacinhos de cenoura de um determinado tamanho, amendoim ou amêndoas. Isso é, utilizavam-se alimentos duros que, para o paciente, requerem um processo mais desagradável no momento de expulsá-los da boca e enxaguar-se. Logo, com um coador mede-se a porcentagem do alimento que pôde mastigar. O gosto por estes alimento pode fazer com que o resultado varie, e a padronização de sua dureza apresentava problemas importantes para validar o método do ponto de vista da pesquisa. Definitivamente, trata-se de um sistema menos prático, menos higiênico, mais complexo e menos fiável.

 

Outras tentativas de melhorar esta avaliação foram mastigar materiais desenvolvidos com silicone artificial ou utilizar lâminas de parafina de duas cores. José Ignacio Gil Montoya, cientista da Universidade de Granada, introduziu na Espanha a idéia de utilizar chicletes, mas o sistema de análises de imagem desenvolvido pela Clínica Odontológica da Universidade de Salamanca oferece pela primeira vez a possibilidade de medir se o chiclete está bem mastigado de um modo objetivo, oferecendo um dado concreto.