Ciencia México , Puebla, Viernes, 30 de septiembre de 2011 a las 15:48

Cientistas espanhóis e mexicanos envolvidos no projeto Megara se reúnem no INAOE

Grupo de trabalho discutiu o plano de desenvolvimento do instrumento, que será instalado no GTC

GR/INAOE/DICYT Megara era uma cidade grega na qual seus habitantes edificavam suas construções para que estas durassem por muito tempo. É também o nome de um instrumento único a nível mundial que cientistas espanhóis e mexicanos constroem para o Grande Telescópio Canárias (GTC), hoje o maior do mundo.

 

Durante três dias nesta semana, membros dos grupo científico MEGARA, liderado pela Universidade Complutense de Madri (UCM), Espanha, reuniram-se nas instalações do Instituto Nacional de Astrofísica, Ótica e Eletrônica (INAOE) para revisar o desenvolvimento do instrumento, em cuja concepção e fabricação participam – além da UCM e do INAOE, que colaborará estreitamente com o Centro de Investigações em Ótica (CIO) – o Instituto Astrofísico da Andaluzia e a Universidade Politécnica de Madri. Também participam diversas empresas européias, entre elas as espanholas FRACTAL, AVS e GMV, a francesa SEDI, a norte-americana Wasacht Photonics e a alemã AMUS.

 

MEGARA é o acrônimo de Multi-Espectrógrafo em GTC de Alta Resolução para Astronomia. Trata-se de um instrumento que terá uma Unidade de Campo Integral formada por um arranjo de fibras óticas que se localizará no plano focal do telescópio. Os extremos de saída das fibras formam a fenda de um espectógrafo que terá resoluções médias de 5600, 10000 e 17000. O espectrógrafo terá uma grande eficiência graças ao uso de redes holográficas de difração como elementos dispersores. O custo total do instrumento será de 5,6 milhões de euros.

 

Os interesses científicos dos astrofísicos espanhóis e mexicanos envolvidos no projeto MEGARA se dividem principalmente em duas categorias: o estudo de nebulosas galácticas e extra-galácticas, e o estudo de fontes pontuais com densidades médias e intermédias.

 

Numa breve entrevista, o Dr. Armando Gil de Paz, Pesquisador Principal do MEGARA e pesquisador da UCM, explicou que este instrumento é essencialmente “um espectrógrafo que distribui a luz que nos chega de objetos celestes em suas diferentes componentes de energia, e que será instalado no maior telescópio do mundo, o GTC. Além do mais, tem a característica de que resolverá essas diferentes fontes de energia com uma resolução, isto é, com uma capacidade de separá-las sem precedentes para um telescópio deste tipo. Outra qualidade importante que tem o MEGARA é que permite separar a energia não só em um ponto do céu, mas em uma zona bastante extensa, o que também nunca se havia feito para um telescópio destas características. É um projeto no qual Espanha e México estão muito envolvidos”.

 

Completou afirmando que os principais interesses científicos para o MEGARA são o estudo das galáxias mais próximas e o estudo do Universo primigênio, ou seja, dos objetos mais distantes. Ademais, disse, queremos analisar “as estrelas da nossa galáxia em suas fases de evolução mais tardia, como as nebulosas planetárias, e investigar os acúmulos de estrelas da nossa galáxia, de estrelas de baixa massa, desejamos saber que composição química têm. Contar com a resolução do MEGARA em energia é fundamental porque nos detalhes é onde uma estrela se diferencia da outra”.

 

Quando questionado sobre o surgimento da associação entre a Espanha e o México para MEGARA, Gil de Paz comentou: “Na Espanha temos gente capacitada para o desenho mecânico e para a ciência, e no INAOE em desenho ótico e na fabricação da ótica, e ademais em criogenia, como é o caso da equipe que trabalha no Grande Telescópio Milimétrico”. Na parte científica também existe uma grande colaboração entre os astrofísicos dos dois países.

 

Por sua parte, a Dra. Esperanza Carrasco Licea, pesquisadora e líder do MEGARA pelo INAOE, informou que este Instituto é o responsável pela fabricação de toda a ótica: “Isto inclui toda a ótica do espectrógrafo, isto é, as lentes do colimador e da câmera, e todas as janelas e prismas que vão com os elementos dispersores. É um projeto muito grande porque são 42 componentes, todos de alta precisão”. Agregou que para a fabricação da ótica do MEGARA se contará com a colaboração do CIO, centro que pertence, assim como o INAOE, ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CONACYT).

 

O INAOE também é responsável pelo criostato do MEGARA, isto é, pelo desenho, fabricação e testes. A equipe de trabalho tem experiência em criogenia por estar associada ao Grande Telescópio Milimétrico: “Eles se dedicaram a desenhar a partir do zero um criostato, e todas os componentes serão fabricados no México. Já se apresentou o desenho conceitual e para a próxima revisão será apresentado um desenho muito avançado”.

 

Finalmente, a Dra. Carrasco afirmou que para o INAOE é muito importante participar em projetos como o MEGARA pelo desafio que isto representa: “Você tem que demonstrar que pode fazê-lo, que sabe gerenciá-lo, que pode chegar a tempo às descobertas e, além de tudo, te obriga a desenvolver processos e testes novos. Adicionalmente, o INAOE ganhará prestígio ao participar deste tipo de projetos com ótica de precisão. Esta é a segunda reunião do grupo científico do MEGARA e daqui sairão projetos científicos conjuntos”.