Ciencia Brasil Campinas, São Paulo, Viernes, 16 de marzo de 2012 a las 16:50
Pesquisa

Classes socioeconômicas têm opiniões diferentes quanto à causa da pobreza no Brasil

Desemprego é a principal causa na visão dos entrevistados que possuem renda de até cinco salários mínimos

Monique Lopes/ComCiência/Labjor/DICYT - Desemprego e educação de má qualidade, segundo a população brasileira, são as maiores causas da pobreza no país. É o que diz a pesquisa “Percepção sobre pobreza: causas e soluções”, divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em dezembro de 2011. Desemprego é a causa mais apontada (43,8%) entre aqueles cuja renda per capita atinge até quatro do salários mínimos, enquanto que educação aparece como principal causa (38,5%) na opinião dos que possuem renda acima de cinco salários.

 

Quando apresentados em conjunto, os resultados da pesquisa apontam desemprego em primeiro lugar (29,4%), seguido de educação (18,4%), corrupção (16,8%) e má distribuição de renda (12%) como as razões apontadas. Corrupção é a segunda causa mais apontada pelos de classe média/alta, e fica em terceiro lugar na lista de resposta dos mais pobres.

 

Mas se discordam quanto aos motivos, as diferentes classes concordam numa coisa: o problema é de ordem estrutural. Segundo a pesquisa, “apenas 2,8% da população mencionaram, espontaneamente, causas relacionadas a problemas individuais (preguiça/comodismo) e, somente, 3,9% mencionaram as drogas”.

 

“Dessa percepção”, continua o texto, “pode-se depreender que a saída da pobreza não depende apenas de esforços individuais”. A solução apontada pela maioria pesquisada para o fim da pobreza foi o crescimento econômico, que geraria “mais empregos” (31,4%) e “melhores salários” (16,1%). Aqui, a educação volta a aparecer: 23,3% da população acha que o caminho para sair da pobreza é o acesso à educação de qualidade.

 

Além de apresentar as causas e possíveis soluções imaginadas para a pobreza, a pesquisa, dividida em sete seções, traz um ranking dos principais problemas do Brasil segundo a população. São eles: violência e insegurança, saúde, corrupção, desemprego e educação. Pobreza e fome é apenas o sexto problema do ranking, citadas por 6,1% dos entrevistados.

 

O estudo faz parte da segunda edição do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), que tem como objetivo avaliar a percepção da população sobre políticas públicas implementadas pelo Estado. A primeira edição abrangeu temas como Cultura, Segurança Pública, Igualdade de Gênero, Saúde e Mobilidade Urbana. Percepção sobre a pobreza é o segundo tema abordado pela nova edição – o primeiro foi Defesa Nacional.