Descoberto crescimento de prata metálica na superfície dos cristais de wolframato

UJI/DICYT A revista científica britânica Scientific Reports Nature destacou, em seu último número, o trabalho realizado pelo Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) do Brasil e pelos pesquisadores do grupo de Química Teórica e Computacional (QTC) do Departamento de Química Física e Analítica da Universidade Jaume I de Castelló (Espanha), que observaram o crescimento de prata metálica na superfície dos cristais de wolframato de prata (Ag2WO4) através de microscópios eletrônicos de varredura de alta resolução e de transmissão.

Este fenômeno não havia sido observado anteriormente na literatura científica e é o resultado da interação dos elétrons gerados pelos microscópios com os íons de prata, reduzindo-os à prata metálica. “Este novo material foi criado artificialmente mediante o efeito da eletrossínteses, através da interação de elétrons que interagem com os íons de prata, os quais são reduzidos e produzem o crescimento da prata metálica”, comenta o professor Elson Longo, um dos autores do artigo e diretor do CDMF. O tratamento com elétrons também melhora as propriedades fotoluminescentes, a fotodegradação e a atividade bactericida do wolframato de prata.

O trabalho Structural and electronic analysis of the atomic scale nucleation of Ag on α-Ag2WO4 induced by electron irradiation contou com uma importante contribuição do pesquisador castellonense Juan Andrés Bort, graças ao Programa de Cooperação Brasil-Espanha e instituições do governo espanhol. Ele é coautor do artigo junto com Lourdes Gracia e Patricio González-Navarrete do QTC da UJI e os brasileiros Valeria M. Longo, Waldir Avansi Jr., Diogo P. Volanti, Mateus M. Ferrer, Pablo S. Lemos, Felipe A. La Porta, Antonio C. Hernandes e Elson Longo do CDMF. Também participaram da pesquisa o bolsista de pós-doutorado Laécio Santos Cavalcante e a doutoranda Amanda Fernandes Gouveia.

O CDMF é um dos centros de pesquisa, inovação e divulgação respaldado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN/CNPq), com participação da Universidade Estadual Paulista (UNESP), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).