Salud España , Salamanca, Miércoles, 16 de enero de 2013 a las 12:53

Descobre-se que uma proteína modula a expressão de um receptor de neurotrofinas

Pesquisadores do Incyl estudam proteínas que podem influenciar na sobrevivência dos neurônios

JPA/DICYT Uma equipe do Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) da Universidade de Salamanca estuda o papel de umas proteínas denominadas neurotrofinas, que favorecem a sobrevivência dos neurônios. Para que possam interagir com os neurônios, existem outras substâncias, os receptores de neurotrofinas. Os cientistas de Salamanca descobriram que uma proteína pode modular a expressão do receptor de neurotrofinas TrkA, de modo que teria uma influência indireta na sobrevivência dos neurônios.

 

Na equipe de pesquisa orientada por Juan Carlos Arévalo no Incyl estudam-se as neurotrofinas NGF, bem como os receptores com os que interagem, especialmente na etapa de desenvolvimento embrionário. “As neurotrofinas são uma família de fatores de crescimento que durante o desenvolvimento promovem a sobrevivência dos neurônios nos embriões, enquanto na etapa adulta têm diversas funções”, explica a DiCYT a pesquisadores Laura Calvo, membro deste grupo que protagonizou no dia 11 um seminários para explicar os últimos avanços neste campo.

 

Existem duas classes de receptores de neurotrofinas, p75 e a família Trk. Outros estudos já descreveram que a proteína Bex3 interage com p75, mas a equipe do Instituto de Neurociências comprovou que também interagem com TrkA. Assim, “pensamos que seria interessante estudá-la, por ser uma proteína que interage com os dois tipos de neurotrofinas”, comenta Laura Calvo.

 

Especificamente, esta proteína pode regular os níveis do receptor TrkA, de modo que no futuro poderia ter algum papel no desenvolvimento embrionário. “Ao trabalhar com a interação entre as duas proteínas percebemos que quando reduzimos os níveis de Bex3, também reduzimos os níveis da proteína TrkA”, indica a cientista. Este resultado ensejou outros estudos, ainda que sempre em cultivos neuronais in vitro.

 

Experimentos com animais

 

“Futuramente gostaríamos de fazer experimentos in vitro com ratos para ver se nos embriões podemos modular os níveis da proteína TrkA em função dos níveis de Bex3”, agrega. Para tanto, o Incyl está em contato com outros centros de pesquisa que poderiam colaborar com estes experimentos e oferecer, assim, resultados mais conclusivos. Uma das opções seria desenvolver um rato que não expresse a proteína Bex3 para comprovar todas suas funções, mas os cientistas não sabem se seria viável.

 

Por estar tudo diretamente relacionado com a atividade dos neurônios, as implicações destes resultados podem ser muito variadas. Por exemplo, sabe-se que a proteína TrkA está muito reduzida nos casos de Alzheimer. Assim, “se conseguíssemos aumentar os níveis de TrkA em algumas doenças, provavelmente conseguiríamos aumentar a sobrevivência dos neurônios”. Em todos os casos, esta linha de pesquisa é uma pequena contribuição e uma futura aplicação dos resultados está ainda muito distante, insistem os pesquisadores.