Ciencias Sociales España , Salamanca, Martes, 12 de febrero de 2013 a las 11:20

Divulgação e cooperação somam-se aos objetivos dos cientistas atualmente

Pesquisadores já não se preocupam somente com as publicações científicas, mas em transmitir à sociedade seu conhecimento, afirma em Salamanca uma especialista do CSIC

AFM/DICYT Os problemas da Ciência de 20 anos atrás não são os mesmos dos dias de hoje, pois mudam de acordo com a sociedade, afirma Irene López, pesquisadora do Instituto de Estudos Documentais sobre Ciência e Tecnologia (IEDCYT), que pertence ao Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC). Esta especialista, que participou em um seminário organizado pelo Instituto de Estudos da Ciência e da Tecnologia (eCyT) da Universidade de Salamanca, assegura que a cooperação e a divulgação somaram-se aos objetivos dos cientistas atuais.

 

Há poucos anos o único parâmetro do sucesso da atividade científica era “a bibliometria”, isso é, as publicações em revistas científicas que conseguia um pesquisador. “O importante era que se transferisse o objeto e a quantidade do estudo a muitas publicações em revistas científicas”, afirma, “o cientista da década de 90 perseguia a publicação como fim último”. Assim, produzia-se “um isolamento da atividade científica, já que os pesquisadores não tinham motivação para transmitir conhecimentos”, comenta Irene López em declarações à DiCYT.

 

No entanto, nos últimos 20 anos esse isolamento foi rompido. “Começamos a preocupar-nos com as vocações científicas, a colaboração entre universidades e empresas, bem como com as transmissão e comunicação de conhecimentos”, indica esta especialista formada no Mestrado de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia do eCyT, ao qual retornou nesta semana como palestrante.

 

Em sua opinião, publicar já não é o único interesse da ciência do Século XXI, a cooperação e a divulgação são quase uma necessidade para aproximar todas as inovações da sociedade. Os pesquisadores continuam precisando publicar seus resultados em revistas de alto impacto, mas isto já não é suficiente para que seu trabalho tenha projeção, segundo Irene López, porque “se é publicado na Espanha, não poderá ser lido, nem reconhecido, mundialmente e, se é publicado nos Estados Unidos, teria então um grande peso, mas as pessoas que não falam inglês não poderiam conhecê-lo” e não chegaria ao grande público.

 

Em todos os casos, apesar das tentativas de aproximar a Ciência da população, ainda continuam existindo barreiras. De certo modo, “a Ciência continua fechada em sua torre de marfim”, opina a especialista. Como há 20 anos poderíamos perguntar para quem seria útil uma descoberta científica se não fosse divulgada, hoje em dia cabem perguntas diferentes, mas que seguem a mesma linha: “Para quem seria útil se existem monopólios empresarias e editoriais? A Ciência deve ser livre e chegar a todos os rincões da sociedade”, conclui.