Tecnología España , Salamanca, Jueves, 07 de abril de 2011 a las 15:28

Empresa de Salamanca desenvolve animação em 3D para projetos científicos

Cientistas e empresas podem utilizar a NeoAurea para apresentar os resultados de suas pesquisas

José Pichel Andrés/DICYT NeoAurea é uma nova spin-off da Universidade de Salamanca que, como outros negócios que começam a dar seus primeiros passos, localiza-se provisoriamente no Centro de Inovação e Dinamização Empresarial (CIDE), a incubadora das empresas da Fundação Geral da instituição acadêmica. Por várias razões, NeoAurea pode ser considerada um exemplo paradigmático de transferência de conhecimento, já que seus promotores aproveitaram sua formação universitária para oferecer um negócio inovador que pode ter uma grande demanda na cidade.

 

A idéia é realizar animação em 3D no âmbito da Ciência, de maneira que grupos de pesquisa ou empresas que realizam PD&I possam utilizá-la na apresentação dos resultados de suas pesquisas. “Há determinados processos na Biologia, Química, Física ou Farmácia em que é impossível ou muito caro obter imagens reais pelas características espaciais ou temporais em que se desenvolvem. Por isso, pensamos na necessidade de representar estes processos com as tecnologias 3D atuais”, explica Jorge Merino, físico que completou sua formação no campo da animação.

 

Seu sócio é Sergio Miguel, engenheiro informático que realiza um doutorado sobre Inteligência Artificial e fez um mestrado em Neurociências. “Interessa-me tudo o que se relaciona à inteligência. Nos sistemas biológicos, é o sistema nervoso o que provê a um ser vivo a inteligência, de maneira que queria completar meus conhecimentos neste campo”, explica. Desta formação multidisciplinar surgiu a idéia. “Queríamos desenvolver algo que Salamanca precisasse, uma cidade universitária por excelência na qual se realiza muita pesquisa e o setor biomédico é muito importante”.

 

Com este ponto de partida, o objetivo é oferecer serviços a centros de pesquisa. “Quando uma equipe de cientistas consegue resultados inovadores e quer mostrá-los em congressos ou meios de comunicação, pode contatar conosco”, afirmam. Realizar apresentações mediante animação digital pode ser especialmente interessante nos processos que por suas características são difíceis de ver. “Podemos fazer que o que foi descoberto possa ser mostrado a um publico que não é de primeira linha de pesquisa”, afirmam, orientando-se também à divulgação científica.

 

Para empresas inovadoras

 

Ademais, do ponto de vista comercial pode ser especialmente interessante para empresas que realizam PD&I e desenvolvem “produtos inovadores, como no caso das farmacêuticas ou empresas de biotecnologia, que querem mostrar seus avanços a possíveis clientes ou ao público geral”, inclusive também a empresas relacionadas com a comunicação.

 

Devido à formação cientifica de que partem, “para os pesquisadores é fácil falar conosco, porque entendemos o que nos contam”, afirma Sergio Miguel. Neste sentido, a característica de NeoAurea é a orientação científica de seus projetos, já que “pretendemos fazer algo relacionado com nossos conhecimentos, nosso objetivo não é fazer 3D para videogames ou filmes, mas usá-lo em um campo que conhecemos e gostamos”, indica Sergio.

 

“Primeiro fazemos uma entrevista com o cliente e nela definimos o projeto. Com essa informação propomos uma animação mediante um “story board”, ou seja, uma série de desenhos esquemáticos prévios que servem de rascunho do roteiro. “Se o cliente concorda, começa a fase da produção com a modelagem, depois são acrescidos materiais e texturas, ilumina-se a cena, anima-se e renderiza-se, com o que se obtém o resultado final, ainda que na última fase da pós-produção sejam acrescentados sons, efeitos sonoros, voz em off, música ou retoques com programas de fotografia”, explicam.

 

Em seu trabalho utilizam programas que já estão no mercado, mas ao mesmo tempo “estamos pesquisando como se faz o 3D para óculos para desenvolver este tipo de imagens”, indicam. “Tudo está relacionado com o que estudamos, o 3D é física, se o vemos é porque cada olho recebe a mesma imagem a partir de diferentes perspectivas”, comenta Jorge Merino.