Ciencia España , Salamanca, Martes, 21 de mayo de 2013 a las 16:20

Estudos sobre cadeias montanhosas em curva explicam o comportamento da litosfera

Gabriel Guti茅rrez-Alonso, ge贸logo da Universidade de Salamanca, re煤ne as pesquisas sobre as oroclinales mais importantes dos 煤ltimos anos para comemorar o 125潞 anivers谩rio da Sociedade Geol贸gica Americana

AGG/DICYT Para comemorar seu 125º aniversário, a Sociedade Geológica Americana (GSA), uma das instituições mais prestigiadas e emblemáticas em geologia, publicou uma série de trabalhos de revisão de convidados sobre temas de importante discussão científica durante os últimos 25 anos. De um deles, ‘Oroclines: Thick and thin’, participa o pesquisador da Universidade de Salamanca Gabriel Gutiérrez-Alonso e trata dos aspectos da formação e evolução das cadeias montanhosas em curva, também denominadas oroclinales. Ao contrário do que até agora estava estabelecido, afetam a toda a superfície terrestre, e é possível determinar através de seu estudo a geografia do planeta no passado.

 

No trabalho, publicado pelo GSA Bulletin em sua edição de maio, expõem as principais idéias do trabalho da equipe ‘Oroclines: Thick and thin’, dentro do projeto de pesquisa ‘Oroclinales y Delaminación: Relaciones y Efectos’, ODRE, que tem mais de 20 artigos publicados nas revistas de mais prestígio no campo das Ciências da Terra e no qual o geólogo Gabriel Gutiérrez-Alonso desenvolveu sua pesquisa.

 

A publicação responde a uma controvérsia clássica na qual discutiu-se se as cadeias montanhosas em curva somente afetavam a parte mais superficial da crosta terrestre, entre 10 e 15 quilômetros, ou a totalidade da litosfera, até 150 quilômetros. “Graças a estes trabalhos chegou-se à conclusão de que a maior parte dos oroclinales conhecidos no mundo afetam a litosfera e, portanto, considera-se que afetam o grosso da superfície (thick), ao invés de somente a parte superficial e fina da litosfera (thin)”, expõe Gabriel Gutiérrez-Alonso em declarações à DiCYT. O fato de que a formação de cadeias montanhosas afeta toda a superfície terrestre implica o movimento de materiais situados a grande profundidade.

 

Na pesquisa associou-se a origem dos oroclinales estudados no momento em que se formou o último supercontinente existente em nosso planeta, Pangea, no qual todos os continentes estavam unidos e a península Ibérica conformava o centro. Desse modo, graças ao movimento do material que origina o surgimento de uma cadeia montanhosa oroclinal ou curva, como as serras do noroeste da península, é possível determinar as características geológicas do planeta no momento de sua formação.

 

A base deste trabalho é o estudo dos mecanismos que fazem com que as cadeias montanhosas da superfície terrestre, tanto atuais como passadas, adquiram uma forma intensamente curvada nos mapas. Estas abordagens são importantes para entender qual é o comportamento da parte mais superficial da Terra, a litosfera, que supõe-se estar caracterizada por sua rigidez. “Esta rigidez, no entanto, não é tão grande em determinadas situações, o que permite que sejam criadas as cadeias montanhosas em curva a nível continental”, comenta o pesquisador.

 

Pesquisas fundamentais no Nordeste da península ibérica

 

“Estas conclusões surgem do estrito e detalhado estudo realizado durante os últimos 10 anos no Nordeste da península ibérica, no qual através de sofisticadas análises e experimentos utilizando a composição isotópica das rochas e o registro do campo magnético de mais de 300 milhões de anos, foi possível verificar como uma cadeia montanhosa, durante o período Carbonífero, há 300 milhões de anos, dobrou-se em forma de ferradura, afetando toda a litosfera, isso é, partindo das rochas localizadas na superfície terrestre, até cerca de 150 quilômetros de profundidade”, explica o geólogo.

 

O estudo realizado comparou as particularidades de algumas das curvaturas em formações montanhosas de León, Andes, Alaska e das Montanhas Rochosas do Colorado, para definir as características comuns que permitiram postular um mecanismo comum que afeta toda a litosfera, o que representa um avanço no conhecimento da evolução do nosso planeta e na reconstrução do paradigma das Ciências da Terra, a Tectônica de Placas.

 

Referencia bibliográfica 

 

S.T. Johnston, A.B. Weil and G. Gutiérrez-Alonso. Oroclines: Thick and thin. Geological Society of America Bulletin 2013; 125, no. 5-6;643-663 doi: 10.1130/B30765.1