Salud México , México, Martes, 28 de febrero de 2012 a las 17:24

Hábitat marinho como recurso para obter antibiótico

Resultados deste trabalho são importantes para o processo de inovação no desenvolvimento de novos medicamentos

Agência ID/DICYT Na costa de Campeche foram coletadas amostras de sedimentos marinhos e água, que após serem estudadas revelaram que o microorganismo Pseudoalteromonas sp. produz moléculas com potencial anticancerígeno e antibiótico, contra patógenos que afetam o homem.

 

Trata-se de um estudo biotecnológico realizado pelo Centro de Investigações Biomédicas da Universidade Autônoma de Campeche, orientado pela doutora Ruth López Alcántara, que explicou que ao isolar varias espécies de microorganismos marinhos identificaram dentro de Pseudoalteromonas várias moléculas com características anticancerígenas e antibióticas.

 

Estes microorganismos poderiam combater patógenos em humanos como o Staphylococcus aureus (MRS) e o Pseudomonas aeruginosa, que apresentam resistência aos antibióticos tradicionais.

 

López Alcántara afirma que o reconhecimento da atividade antibiótica nos microorganismos marinhos foi demonstrado pela ação de extratos crus da bactéria marinha.

 

“Uma das características importantes que demonstra o comportamento antimicrobiano é sua potência antibiótica semelhante à vancomicina, um medicamento para infecções graves causadas por cepas de Staphylococcus meticilino-resistentes”, explica.

 

Atualmente os estudos continuam, com o fim de analisar a estrutura química destes compostos e características biológicas como os mecanismos de ação, citotoxicidade e neurotoxicidade, dentre outras. Além disso, procura-se aproveitar ao máximo o potencial de sua síntese em cultivos da bactéria marinha sujeitos a diferentes condições ambientais. Com um desenho experimental analisou-se todas as combinações possíveis entre cinco variáveis ambientais experimentadas (pH, oxigênio, salinidade, carbono e nitrogênio), e foram identificadas as condiçoes ambientais de maior influência no processo de produção do antimicrobiano.

 

Isso foi possível através de um estudo em mini-escala, no qual se demonstrou que a variação dos fatores ambientais individuais e de interação testados no processo, por exemplo, alta concentração de nitrogênio e agitação de cultivo, têm impacto significativamente negativo, e o processo melhora quando o microorganismo cresce em condiçoes estáticas.

 

Por outro lado, a análise do Centro de Investigações Biomédicas da Universidade Autônoma de Campeche indica que o processo para obter o antimicrobiano pode ser realizado de maneira eficiente com água do mar natural diluída em água doce; bem como se utilizada sem diluir, além de ser um processo amigável com o meio ambiente.

 

A pesquisadora explicou que os microorganismos marinhos são um bom modelo para buscar e obter novos compostos biologicamente ativos como os antibióticos, porque têm a capacidade de produzir substâncias com estruturas químicas e propriedades diferentes das moléculas já conhecidas.

 

“Os resultados deste trabalho são importantes para o processo de inovação no desenvolvimento de novos medicamentos, e permitem utilizar recursos naturais de Campeche, cuja exploração sustentável representa uma oportunidade de negócio com vantagem competitiva para o setor farmacêutico”, conclui.

 

A pesquisa é realizada com o apoio dos Fundos Mistos Conacyt-Governo de Campeche, acadêmicos de biomedicina e estudantes dos cursos de Engenharia Bioquímica Ambiental, Químicos Farmacobiólogos e do mestrado em Ciências Marinhas da Universidade Autônoma de Campeche.