Salud España , Valladolid, Jueves, 24 de abril de 2014 a las 17:33

Investiga-se o tratamento de um tipo de neuropatia 贸ptica mediante terapia celular

O trabalho faz parte da tese de doutorado da pesquisadora do Hospital Cl铆nico Universit谩rio de Valladolid e do IOBA Sonia Labrador

Cristina G. Pedraz/DICYT Segundo a Academia Americana de Oftalmología, a Neuropatia Óptica Isquêmica é uma patología que supõe uma perda repentina da visão devido a uma disminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo para o nervo óptico. Dependendo da região do nervo óptico afetada, distingue-se entre Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior (a mais frequente, quando o fluxo sanguíneo é interrompido na parte frontal) e Posterior (quando a isquemia é produzida na parte posterior do nervo óptico, localizado a certa distância atrás do globo ocular).

 

E ainda, dentro da Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior, pode-se distinguir a Arterítica (a forma mais perigosa, originada pela inflamação das artérias que fornecem sangue ao nervo óptico) e a Não- Arterítica, que é a mais comum. Assim, a Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior Não-Arterítica (NOIA-NA) afeta de 2,3 a 10,2 pessoas a cada 100.000 habitantes maiores de cinquenta anos e é mais frequente em mulheres (com uma relação de 3 para 1).

 

Até o momento, não existe nenhuma terapia efetiva contra esta enfermidade. “Apesar de diferentes tratamentos terem sido implantados nos últimos anos, nenhum tem conseguido melhorar a função visual destes pacientes”, explica à DiCYT Sonia Labrador, residente do terceiro ano de Oftalmologia no Hospital Clínico Universitário de Valladolid e membro do Grupo de Retina do IOBA (Instituto de Oftalmobiologia Aplicada da Universidade de Valladolid).

 

A pesquisadora, que ministra hoje um dos Seminários de Pesquisa do IOBA, trabalha no marco teórico de sua tese de doutorado (orientada pelos doutores José Carlos Pastor e Iván Fernández Bueno) na busca por um novo tratamento efetivo para a NOIA-NA baseado na terapia celular.

 

“Pareceu-nos uma opção que não podíamos subestimar, já que as células-tronco nos podem fornecer uma série de fatores neurotróficos (uma família de proteínas) que podem favorecer a sobrevivência destas células e dos axônios no nervo óptico que morrem depois de uma Neuropatia Óptica Isquêmica”, detalha.

 

O projeto, que se encontra em sua fase inicial, prevê o desenvolvimento de estudos pré-clínicos e de um ensaio clínico em fase I (destinado a comprovar a segurança do novo tratamento em humanos).

 

“Primeiro, vamos realizar um estudo pré-clínico em coelhos para determinar a segurança da injeção de células-tronco mesenquimais via intravítrea em animais. Este estudo já está desenhado e esperamos iniciá-lo daqui a algumas semanas. Depois, faremos outro pequeno estudo pré-clínico em cultivo sobre uma retina para determinar quais são os fatores neurotróficos que produzem as células-tronco que vamos utilizar e, finalmente, iniciaremos o ensaio clínico em fase I”, detalha a pesquisadora. Este ensaio clínico, que também está desenhado, está previsto para ter início em um prazo aproximado de dois anos, dependendo do financiamento disponível.