Alimentación Brasil Campinas, Brasil, Viernes, 06 de septiembre de 2013 a las 13:01

Limite atual de contaminação por agrotóxicos não impede perda de biodiversidade

Na Europa, foi registrada uma perda de 42% na biodiversidade de invertebrados encontrados nos córregos contaminados analisados

Júlia Melare/ComCiência/Labjor/DICYT - Amostras de águas de córregos foram identificadas como contaminantes mesmo num nível de concentração considerado permitido pela regulamentação, colocando em risco a biodiversidade dos invertebrados locais. Esses dados são confirmados por pesquisa realizada em conjunto pela Universidade de Tecnologia de Sidney, Universidade de Koblenz-Landau e do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental, ambos na Alemanha. O estudo teve como objetivo entender os efeitos de pesticidas em invertebrados encontrados em córregos na Alemanha, França e Victoria, sul da Austrália. Os resultados demonstram que pesticidas produzem efeitos negativos na biodiversidade regional de invertebrados de córregos tanto na Europa quanto na Austrália, com queda na riqueza taxonômica (classificação dos grupos de organismos biológicos). Na Europa, foi registrada uma perda de 42% na biodiversidade de invertebrados encontrados nos córregos contaminados analisados. Na Austrália esse número foi de 27%.

 

Os dados foram obtidos após a coleta de material contaminado por pesticidas, junto com registros de invertebrados encontrados em córregos e dados dos principais fatores ambientais que possam alterar os efeitos dos agrotóxicos. Consequentemente, esses resultados poderão transformar toda a classificação de contaminação proveniente de agrotóxicos.

 

Segundo a pesquisa, o objetivos de abrandar o ritmo da perda de biodiversidade e minimizar os efeitos de contaminantes no meio ambiente não estão sendo alcançados. O registro existente de pesticidas e os métodos de aplicação desses produtos devem ser desenvolvidos buscando a prevenção da contaminação. Para ser capaz de avaliar o impacto ecológico dessas substâncias químicas adequadamente, os atuais conceitos de proteção ambiental deveriam ser reavaliados por investigações em ambientes reais com urgência. "Os agrotóxicos sempre terão um impacto sobre os ecossistemas, não importa quão rígidos são os critérios de proteção, mas considerações realistas sobre o nível de proteção exigido para os diversos ecossistemas só podem ser feitas se esses conceitos são realmente implementados", afirma Mathias Leiss, ecotoxicólogo responsável pela pesquisa.

De acordo com Natália Carmona, engenheira agrônoma pela Esalq – USP e especialista em Registro de Produtos com foco no Ministério da Agricultura, no Brasil os agrotóxicos são produzidos e comercializados em padrões semelhantementes aos outros países desenvolvidos. “A legislação brasileira é tão avançada quanto a dessas nações. Ela é exigente no que se refere aos estudos solicitados, requerendo todos os mecanismos e instrumentos necessários a comprovação da qualidade dos dados apresentados bem como a rastreabilidade dos mesmos”, afirma.