Ciencias Sociales España , Burgos, Miércoles, 20 de febrero de 2013 a las 11:47
JANE GOODALL EM BURGOS

“Minha história está fortemente vinculada ao Museu da Evolução Humana”

A primatologista, que iniciou sua carreira escavando a origem do primeiro ‘Homo’, conheceu no MEH os fósseis originais do primeiro hominídeo europeu

CGP/DICYT A doutora Jane Goodall visitou no dia 16 de fevereiro o Museu da Evolução Humana (MEH) e no dia 17 as jazidas da Serra de Atapuerca, em Burgos, e revelou aos meios de comunicação o início de sua carreira como pesquisadora na garganta de Olduvai, na Tanzânia, “um autêntico paraíso, quando ainda não havia sido encontrado nenhum de nossos ancestrais”. A cientista foi à Tanzânia a convite de Louis Leakey (o principal paleontologista do século XX), após comprovar seus enormes conhecimentos sobre animais. “Desde pequena gostava de animais e leia histórias do Tarzan. De fato, ele se casou com a Jane errada”, brinca.

 

“Minha história me vincula fortemente a este Museu da Evolução”, disse Jane Goodall, que após seus primeiros meses em Olduvai logo foi estudar os chimpanzés, a pedido de Leakey, pois ambos eram conscientes dos vários temas em comum que estes têm com os humanos. “Mas não sabíamos ainda como eramos próximos”, agrega. A cientista exemplifica o que nos torna próximos e o que nos separa dos chimpanzés, como a capacidade de amar, de ser altruísta, bem como as diferenças, como a capacidade da inteligência humana que levou o homem à Lua.

 

Goodall foi recebida no MEH por Alicia García, conselheira de Cultura e Turismo e titular do Museu, e por José Ramón Alonso, diretor geral de Políticas Culturais da Junta. Em sua visita ao centro conheceu os fósseis originais do Homo antecessor, o primeiro hominídeo europeu, e do Homo heidelbergensis, que representam os registros fósseis mais completos do mundo. Especificamente, a origem da carreira científica de  Jane Goodall deu-se como escavadora na garganta de Olduvai com o doutor e a doutora Leakey, que encontraram nessa escavação o primeiro exemplar do gênero Homo, o Homo habilis.

 

Jane Goodall demonstrou sua visão analítica como cientista e como firme defensora da biodiversidade de espécies e ecossistemas, realizando uma descrição dos problemas produzidos por nossa utilização pouco sustentável dos recursos naturais. Dentre eles, abordou o tema do aquecimento global, da caça furtiva e do desflorestamento, que destrói os pulmões do planeta, afeta nosso futuro e coloca em perigo de extinção milhares de espécies, como os grande macacos e outros primatas. Para Goodall existe uma “desconexão entre a mente humana e o coração, do contrário não seria possível explicar porque estamos destruindo o planeta”.

 

Com a mesma ênfase, enumerou razões para acreditar que podemos mudar esse futuro, apelando à resistência da natureza, ao indomável espirito de superação humano, à força dos jovens e a nosso potencial intelectual, se combinamos inteligência com sabedoria para influir positivamente no futuro deste grande ecossistema planetário. Essa fé inabalável no potencial humano a levou a criar o programa de educação ambiental Roots&Shoots (Raízes e Brotos), com jovens da Tanzânia há 22 anos, programa que estendeu-se a mais de 130 países. Desde 1986 essa mesma força e esperança a motivam a viajar 300 dias por ano para transmitir a mensagem de que podemos usar o dom da vida para fazer deste mundo um lugar melhor.

 

Atividades paralelas

 

O Instituto Jane Goodall, fundado por esta dedicada cientista, e o Museu da Evolução Humana, chegaram a um acordo consistente em que, além da presença da própria pesquisadora em Burgos, será desenvolvido um Ciclo de Cinema de conscientização com a conservação dos primatas, será realizado um Curso de Primatologia no mês de maio lecionado por especialistas do Instituto, e será exposto no MEH, a partir desta visita de Goodall, a amostra Jane Goodall e os Chimpanzés do Gombe, na qual se mostrarão os trabalhos de pesquisa realizados ao longo de 40 anos que a levaram a conhecer a fundo as condutas dos primatas e sua  relação com os hominídeos.

 

Do mesmo modo, o Museu da Evolução Humana soma-se à campanha do Instituto Jane Goodall Mobilize-se pela floresta, com a coleta de celulares usados para a preservação do meio ambiente e a captação de recursos, conforme informações do MEH facilitada à DiCYT.