Ciencia España , Burgos, Lunes, 16 de julio de 2012 a las 12:36

Novo sistema testado em Atapuerca interpreta sedimentos homogêneos

Tese da Universidade de Burgos explica a fragmentação dos restos do nível TD 10 de Gran Dolina

José Pichel AndrésPesquisa da Universidade de Burgos oferece uma solução a um problema arqueológico comum: encontrar materiais que pertencem a grupos humanos distintos e de diferentes épocas em um sedimento homogêneo. Um novo método informático aplicado à jazida do nível TD 10 de Gran Dolina, na Serra de Atapuerca, permitiu explicar a fragmentação dos conjuntos líticos e ósseos deste lugar através do novo sistema.

 

O trabalho se baseia em um programa informático que digitaliza os dados das escavações e os analisa posteriormente, conforme demonstra a tese de Rosa Ana Obregón Labrador, pesquisadora do Departamento de Ciências Históricas e Geografia, que foi orientada pelos professores Eudald Carbonell e Antoni Canals. “Com este método separamos os materiais que pertencem a grupos humanos diferentes e interpretamos quais tipos de ocupação temos diante”, afirma a cientista em declarações a DiCYT.

 

No lugar escolhido para a pesquisa foram documentados pelo menos oito ocupações distintas em apenas 100 metros quadrados, de uma presença fugaz que deixou restos em apenas seis metros quadrados até um grupo do qual foram documentados 50.000 restos.

 

O método arqueoestratigráfico utilizado permite estudar pela primeira vez os materiais no laboratório, em um momento posterior à escavação, e determinar as coordenadas tridimensionais de cada objeto no espaço. Para tanto, os registros arqueológicos se convertem em pontos, prepara-se uma rede de projeções verticais paralelas e perpendiculares, estabelecem-se linhas que delimitam os conjuntos arqueológicos e os vácuos presentes entre eles e, finalmente, cruzam-se os dados e separam-se os materiais de cada nível identificado.

 

Procedimento

 

Basicamente, “convertemos em pontos todo o registro arqueológico e elaboramos distintos perfis, cada ponto é de uma cor distinta, dependendo do material encontrado”, explica. Isto permite visualizar toda a informação e realizar interpretações sobre os fatos registrados na jazida, já que se dispões de uma boa base de dados.

 

Ademais, “somos capazes de identificar processos pós-deposicionais que afetam o registro”, assegura. Isso é, que as seqüência comuns de ocupação e abandono de um determinado lugar são alteradas por outros acontecimentos, como a erosão do terreno. Isto ajudaria a explicar, por exemplo, a fragmentação de conjuntos líticos e ósseos.

 

Agora a idéia é aplicar este método ao resto de Atapuerca, mas a pesquisadora não descarta outras aplicações, porque os arqueologistas enfrentam o mesmo problema na maioria das jazidas./DICYT