Salud España , Salamanca, Lunes, 29 de noviembre de 2010 a las 11:42

“O câncer é como as doenças infecciosas, algumas já não são preocupantes e outras são mortais”

Mariano Barbacid, diretor do CNIO, participa em Salamanca do congresso OncoBio 2010 ‘Câncer, células mãe e metástase’

JPA/DICYT Salamanca recebe hoje e amanhã, 26 e 27 de novembro de 2010, uma reunião dos cientistas integrantes do Programa OncoBio Consolider em um congresso denominado OncoBio 2010, Câncer, células mãe e metástase, que está aberto à participação de 130 pesquisadores espanhóis relacionados com estas áreas de pesquisa. Mariano Barbacid, diretor do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas (CNIO) e coordenador do programa, inaugurou nesta manhã o encontro falando dos avanços na pesquisa contra o câncer, ressaltando que não se trata de uma única doença, mas de muitas patologias distintas que apresentam desafios muito diferentes do ponto de vista cientifico.

 

“Não está mais próxima a cura do câncer, está mais próxima a possibilidade de que aumente a sobrevivência em alguns tipos de câncer e de que aumente a qualidade de vida dos pacientes”, afirmou Mariano Barbacid em declarações ao DiCYT. Em sua opinião, falar da cura do câncer “são palavras maiores”, sobretudo tendo em conta que “do câncer fazem parte 150 doenças, não podemos falar em seu conjunto” e realizou um paralelismo com outras doenças. “Ainda existem doenças infecciosas que não foram curadas e são mortais e estamos no século XXI”, sinalizou. Do mesmo modo, “haverá cânceres capazes de curar-se e outros que não”. Por isso, pediu que os meios de comunicação acostumem-se a falar no plural: “o câncer é como as doenças infecciosas, há algumas que já não nos preocupam e outras que são mortais. Isso ocorre com o câncer e seguirá ocorrendo”, advertiu.

 

Barbacid fez referencia à importância das últimas descobertas cientificas na área biomédica, sobretudo do pesquisador japonês Shinaya Yamanaka, que “fazem possível converter qualquer célula em uma célula tronco, pluripotencial, e isso abre muitas possibilidades para a terapia celular, não apenas no câncer”, afirmou. De fato, “nesta manhã as conferencias foram sobre regeneração do sistema nervoso”, já que o trabalho com células mãe “abre portas para qualquer tipo de doença”.

 

Inclusive foi dada importância aos possíveis avanços no caso dos tumores. “O futuro está em seguir pesquisando. A célula mãe é uma tecnologia que poderá ter utilidade em alguns casos e em outros não. O câncer é o campo em que menor aplicação possui, em relação ao tratamento de um tumor”, segundo indica, já que nestas patologias realmente “sobram” células mãe que fazem proliferar novos tecidos, mas poderia ser útil para regeneração do sistema imunológico, algo muito necessário no câncer.

 

O Programa OncoBio Consolider iniciou-se há quatro anos e reúne 13 grupos de pesquisa “responsáveis por 6,5% de todas as publicações de excelência em nosso país”, assegura Barbacid. “O único problema é que agora não sabemos se vai continuar ou não”, afirma, ainda que confie em que, devido ao sucesso, a administração decida continuar financiando-o. “Os números cantam por si mesmos e deve-se seguir trabalhando, a pesquisa nunca pára”.

 

Nesse sentido, “é importante não confundir o elitismo com a excelência e este grupo busca a excelência porque somente através dela fazemos melhor uso do dinheiro público investido na pesquisa”, afirmou o especialista. Por isso, o objetivo do congresso é incluir a todos os que têm relação com este campo de pesquisa, para fomentar o desenvolvimento da comunidade cientifica espanhola neste campo. “Neste momento há poucos países na Europa onde seja possível fazer uma reunião deste nível apenas com cientistas nacionais”, destacou Barbacid.

 

Localmente, organizou o congresso o Centro de Investigação do Câncer (CIC), juntamente à Fundação Geral da Universidade de Salamanca. “O CIC é um centro de excelência com o qual temos muitas colaborações”, destacou Barbacid, aproveitando para enfatizar o papel que este centro está desenvolvendo na investigação oncológica espanhola. “É importante continuar apoiando os centros de excelência, é importante que na Espanha deixemos de lado a política do chocolate para todos e que se financiem mais e melhor aos centros de excelência, e o CIC é um deles”, afirmou.