Ciencias Sociales España , Salamanca, Viernes, 08 de abril de 2011 a las 17:27

“O ser humano não é só um animal a mais, nem está separado da natureza”

Especialistas do CSIC e da Universidade de Salamanca analisam a relação entre evolução e comportamento humano na Universidade Pontifícia de Salamanca

JPA/DICYT Emilio Cervantes, biólogo do Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Salamanca (Irnasa), centro do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), e Francisco Giner Abati, antropólogo da Universidade de Salamanca, protagonizaram na tarde do dia 5 de abril uma jornada organizada pela Universidade Pontifícia de Salamanca para analisar de uma maneira interdisciplinar a relação entre a evolução e o comportamento humano. Sob o título Comportamento humano e comportamento animal. Continuidade ou ruptura?, os especialistas tentaram responder a esta última pergunta.

 

Francisco Giner Abati, com uma ampla experiência na pesquisa antropológica ao longo de várias expedições pela África, contribuiu à discussão “a partir do ponto de vista da Antropologia, Primatologia, Etologia humana e da Paleontologia”, como declarou a DiCYT momentos antes de iniciar sua exposição. “A partir dos dados que dispomos atualmente, tanto da Biologia atual como da Antropologia, pode-se tratar de responder a pergunta que hoje nos fazemos usando sobretudo o método comparativo”, afirma.

 

Neste sentido, “a Antropologia incorpora tanto os dados biológicos como os culturais e é uma disciplina holística que procura integrar os conhecimentos para responder os problemas da experiência humana, neste caso, analisar o comportamento humano a partir do conhecimento animal para ver o que é realmente característico do humano, o que lhe distingue”, afirma.

 

E a resposta, segundo Giner Abati, é que “o ser humano não é só um animal a mais, nem está separado da natureza”. Como explica, “o ser humano é resultado de um processo evolutivo” e a própria cultura “seria a última invenção da biologia”. Apesar das regras do ser humano com respeito à sua biologia serem as mesmas que as do restos dos animais, a natureza gerou essa “última invenção” que é a cultura. Por isso, “o ser humano aparece na história evolutiva com um novo grau, que é o de animal psicológico por várias razões, mas a principal é a sua consciência, que lhe faz “capaz de redirecionar seus comportamentos e de tomar consciência até da sua própria evolução”.

 

Por sua parte, Emilio Cervantes destacou nesta jornada organizada pelo Instituto de Pensamento Iberoamericano da Universidade Pontifícia que “a evolução é um tema que está saindo à luz constantemente em todos os campos do conhecimento e na Psicologia é muito importante porque define a base do comportamento e da consideração que temos acerca do que é o ser humano”. Em sua opinião, um dos aspectos mais interessantes é que se trata de “um campo aberto à aproximação teórica”, de maneira que “uma pessoa pode beber de distintas fontes e ter distintos pontos de vista”. Assim, considera-se especialmente interessante entrar no campo das relações entre Ciência e Humanismo e procurar ver como encaixa neste contexto a temática da evolução.