Ciencias Sociales España , Valladolid, Martes, 13 de noviembre de 2012 a las 11:26
SEMANA DA CIÊNCIA 2012

“Os códigos não são somente coisa de espiões”

A professora da Universidade de Valladolid, Ángela Barbero, explica as situações cotidianas nas quais se utilizam estas ferramentas matemáticas

Cristina G. Pedraz/DICYT Ainda que não percebamos, os códigos estão envolvidos em muitas atividades diárias. O âmbito da matemática que estuda a codificação da informação está em auge nas últimas décadas em razão do desenvolvimento das comunicações. Como explica a professora de Matemática Aplicada da Universidade de Valladolid, Ángela Barbero, na era da informação e da comunicação “os códigos são absolutamente necessários para melhorá-la, torná-la mais eficiente, mais fiável ou para protegê-la contra potenciais inimigos”.

 

A especialista deu no dia 9 de novembro uma palestra intitulada ‘Os códigos são coisas de espiões?’ dentro das atividades organizadas pelo Instituto de Matemática da Universidade de Valladolid (IMUVa), em razão da Semana da Ciência 2012. Durante a palestra, enfatizou que na realidade se trata de uma área da matemática utilizada “com muita freqüência”. “Geralmente as pessoas pensam que a matemática é algo abstrato e distante da vida cotidiana, mas no entanto está em muitas coisas que utilizamos no dia a dia”, indica a DiCYT.

 

Neste sentido, destaca, um dos âmbitos que se utilizam “constantemente” é a Teoria dos Códigos. A especialista estudou profundamente três tipos de códigos, com seus distintos usos. Um deles são códigos de compressão, que servem “para comprimir a informação e facilitar sua transmissão com menos custo”; outros são corretores, que permitem “corrigir os erros produzidos durante a transmissão para conseguir informação mais fiável” e, finalmente, os códigos criptográficos, “talvez os mais conhecidos, os códigos secretos que servem para ocultar a informação de terceiros”.

 

Os códigos compressores são utilizados “por todas as pessoas que atualmente estão familiarizadas com aplicativos eletrônicos”, por exemplo, os que utilizam códigos “zip” e “rar” para comprimir arquivos e mandá-los por email, ou os códigos que comprimem arquivos de audio e vídeo para que possam ser transmitidos a uma velocidade maior ou em tempo real.

 

Sobre os códigos corretores de erros, os telefones celulares os utilizam “para eliminar as interferências que ocorrem durante a transmissão da informação”. Do mesmo modo, lembra a professora da Universidade de Valladolid, em comparação com os discos de vinil “eram a maior inovação que apresentavam os CDs, a incorporação de um código corretor de erros que permitia que, ainda que tivesse riscos, o CD pudesse ser lido”.

 

Por último, agrega, os códigos criptográficos são utilizados normalmente no banco virtual, por exemplo, “para que cada vez que entremos em nosso banco toda a comunicação esteja cifrada com um código que a oculte diante de um possível observador que tente captar esse sinal de outro computador”, do mesmo modo são utilizados nos “jogos em rede”.

 

Assim, a Teoria de Códigos “é um campo que mistura matemáticas, engenharia e estatística”. Os estudantes interessados em trabalhar neste campo devem escolher como futuro acadêmico o diploma de Matemática ou Engenharia, e especializar-se logo através de uma pós-graduação, o que lhes permitiria “adquirir os conhecimentos necessários que poderão permitir trabalhar com códigos.

 

Divulgar a matemática

 

O Instituto de Matemática da Universidade de Valladolid (IMUVa) somou-se à realização da Semana da Ciência, que será realizada entre os dias 9 e 16 deste mês, com um ciclo de conferências sobre temas que abrangem desde a utilização da matemática na sociologia e na política, até sua vertente mais tradicional, “capaz de transportar-nos a um universo fascinante, no qual as idéias fluem de modo natural e os objetivos permanecem em ocasiões latentes durante séculos, até que um pesquisador consegue resolvê-los”, segundo afirma o diretor do IMUVa, o catedrático Carlos Matrán.

 

Neste sentido, dois grupos do IMUVa divulgarão a pesquisa realizada em conferências no dia 12, a partir das 17h, no Salão de Graus I da Faculdade de Ciências. Foram escolhidos para esta ocasião dois grupos que trabalham em assuntos interessantes para o público não necessariamente especializado no âmbito matemático, como é o caso da dinâmica atmosférica e da proteção da informação.

 

A última atividade a cargo de membros do IMUVa é a palestra de Jesús María Sanz Serna, um dos matemáticos espanhóis mais prestigiados, na terça-feira, dia 13, às 17h, também no Salão de Graus I da Faculdade de Ciências na qual, sob o título Método na loucura, revelará como apesar da aleatoriedade existente em muitos fenômenos do nosso meio, é possível encontrar ordem e regularidade.

 

A semana será concluída na quinta-feira, dia 15, com a palestra Programação linear, complexidade do método simplex e Conjetura de Hirsh, de Francisco Santos, pesquisador da Universidade da Cantabria com raízes em Valladolid, que apresentará a recente resolução de um problema matemático de grande transcendência, sem solução há mais de cinqüenta anos.