Alimentación España , Palencia, Miércoles, 24 de abril de 2013 a las 16:07

Pesquisa-se a capacidade de natação de peixes continentais ibéricos

Para analisar estes estudos o Grupo de Ecohidráulica Aplicada da Universidade de Valladolid construiu um canal de natação para peixes único na Europa

Cristina G. Pedraz/DICYT  O Grupo de Investigação Ecohidráulica Aplicada (GEA) da Universidade de Valladolid, associado ao centro tecnológico Itagra, trabalha em um inovadora linha de pesquisa focada em determinar a capacidade de natação de alguns peixes continentais ibéricos como a truta, o bagre ou a voga. O objetivo final é saber quais estruturas presentes nos rios (como, por exemplo, as represas) representam um obstáculo para a migração destes animais, bem como melhorar o desenho das escalas ou passagem para os peixes.

 

Para realizar estes estudos experimentais, o Grupo de Investigação construiu um canal de natação no rio Douro, nas imediações do município de Vadocondes (Burgos), especificamente nas instalações da central hidroelétrica Savasa. Trata-se das primeiras instalações com estas características da Europa, e as segundas em todo o mundo, explica a DiCYT o professor Francisco Javier Sanz Ronda, que detalha como se realizam estes testes.

 

“Capturamos exemplares de peixes do rio, fazemos marcações com uma série de sensores eletromagnéticos e os soltamos no canal. Estudamos sua ascensão voluntária por este canal, cuja velocidade da água é conhecida, até que se cansem e, com base nisto, determinamos a capacidade de natação dos indivíduos”, afirma o pesquisador, que lembra que o canal foi desenvolvido com financiamento de um projeto da Junta de Castela e Leão.

 

Saber estes dados permite, por um lado, “melhorar o desenho das passagens para peixes, estruturas nas quais a velocidade da água é um fator limitador muito importante”. Também servem para determinar quais estruturas presentes no rio podem representar um obstáculo à migração dos peixes. “Por exemplo, existem pequenas represas com a frente muito longa, na qual a passagem para a água está um pouco inclinada. Se a represa não tem muita altitude, o peixe escapa pela frente e tudo depende de sua resistência para superá-la ou não. Sabendo os dados de natação do peixe, podemos saber se essas estruturas são ou não obstáculos”, precisa.

 

O Grupo de Investigação está aplicando esta informação sobre a capacidade de natação dos peixes para saber se as estações hidrométricas das confederações hidrográficas em todas as bacias da Espanha representam um obstáculo. “No caso da Bacia do Douro, aproximadamente 80% dos peixes autóctones realizam movimentos migratórios internos dentro da própria bacia, necessários para reproduzir-se e muitas estações hidrométricas representam um problema para eles”, agrega.

 

Truta comum

 

O grupo está realizando pesquisas sobre determinadas espécies que realizam movimentos migratórios como a truta comum, “uma espécie emblemática da comunidade e de toda Espanha, e com uma grande importância esportiva e econômica”. Neste caso, colaboram com um organismo americano, o S.O Conte Anadromous Fish Reserach Center (CAFRC), de Turners Falls (Massachusetts, Estados Unidos), o primeiro do mundo a desenvolver estudos sobre velocidade de natação voluntária com peixes. Os pesquisadores do Campus de Palencia viajaram até ali para conhecer seu trabalho e fazer um intercâmbio experiências.

 

Desde que começaram esta colaboração, em 2008, obtiveram interessantes dados sobre a velocidade de natação que pode ser desenvolvida pela truta, o tempo de fadiga (isso é, o tempo que pode nadar a essa velocidade) e a distância máxima que é capaz de percorrer em diferentes velocidades de água.

 

Por outro lado, analisaram de maneira autônoma a capacidade de natação do bagre e da voga ibéricos, “dados que não estavam publicados e que não tinham sido trabalhados”. O bagre e a voga são espécies endêmicas na bacia do Douro e representam mais da metade da biomassa total de peixes existente em nossos rios, de modo que têm grande importância. Do mesmo modo, são também espécies migratórias de média distância.