Salud España , Valladolid, Jueves, 15 de septiembre de 2011 a las 13:33

Pesquisadores de Valladolid avançam na padronização dos testes de sensibilidade ao contraste

Grupo de Técnicas Óticas de Diagnóstico descobriu condições de “invariância” frente a mudanças na iluminação ambiente

Cristina G. Pedraz/DICYT Um dos testes mais comuns na avaliação da capacidade visual de um individuo é o de sensibilidade ao contraste. No entanto, diante do que acontece com outras provas como as de acuidade visual, onde existem protocolos consensuados que garantem a repetição das medidas, as condições em que devem ser realizados os testes de sensibilidade ao contraste ainda não estão padronizadas. O Grupo de Técnicas Óticas de Diagnóstico (TOD) da Universidade de Valladolid trabalha, há uma década, na padronização desta prova, e conseguiu importantes avanços em um de seus aspectos chave: a distribuição espacial de luminâncias no consultório em que se realizam os exames de sensibilidade ao contraste.

 

Como explicou ao DiCYT uma das pesquisadoras do Grupo, Isabel Arranz, o objetivo fundamental é conseguir uma normativa para padronizar as condições nas quais se realiza uma das provas psicofísicas tradicionais em ótica e oftalmologia, como a sensibilidade ao contraste. “É uma prova muito sensível e sua utilidade principal está em comprovar a qualidade visual do olho. Suas aplicações são, de um lado, comprovar e monitorizar distintas alterações visuais e oculares, bem como ver a evolução dessas patologias e, por outro, ajudar na tomada de decisões terapêuticas”, afirma a especialista, que agrega que por não estar padronizadas as condições “as provas podem ser alteradas e as decisões terapêuticas podem ser tomadas de forma equivocada”.

 

Um dos aspectos em que existe discrepância é no tipo de prova que deve ser utilizada para quantificar a sensibilidade ao contraste: se redes sinusoidais ou letras. Ainda que as letras tenham despertado um grande interesse entre os profissionais das Ciências da Visão, na pesquisa aceitava-se, até pouco tempo, que as redes proporcionavam uma informação mais pura da função visual. No entanto, como precisa a especialista, a pesquisa no campo das letras está menos desenvolvida.

 

O objetivo fundamental do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade de Valladolid é analisar a influencia da luminância na medida das letras de contraste (letras com o menor contraste que podem ser vistas pelo individuo). Segundo os pesquisadores, as distintas condições da luminância permitem certa versatilidade na resolução de detalhes e, ainda que ao longo do tempo alguns autores tenham determinado sob quais situações de iluminação pode-se obter os máximos rendimentos visuais, os trabalhos de sensibilidade ao contraste de letras referidos ao tamanho dos caracteres ou às condições de iluminação “são poucos e limitados”.

 

A equipe cientifica da Universidade de Valladolid preparou um laboratório com o fim de “trabalhar com diferentes condições de iluminação ambiente nas distintas regiões em que se realiza o teste” e mediu a sensibilidade ao contraste nas distintas condições. “Comprovamos as diferenças que podem ser obtidas ante distintas condições e comprovamos que, se não está tudo controlado, é possível que se emita um juízo clinico equivocado”, detalha Arranz.

 

Após realizar diversos testes, os pesquisadores descobriram condições em que se produz uma “invariância” da sensibilidade ao contraste com mudanças na iluminação ambiente, “demonstrando que, independentemente da iluminação que tenhamos, existe repetição, o que garante que temos um principio de iluminação que pode ser padronizado”, confirma a pesquisadora.

 

Distintos tamanhos de ângulos

 

Ainda que esta seja a parte mais relevante do trabalho realizado, também analisou-se a influencia da luminância na medida de letras de contraste para distintos tamanhos de ângulos. Do mesmo modo, foi comprovado se a temperatura da cor da luminância influi na sensibilidade ao contraste. “Observamos que, com as condições em que trabalhamos, a temperatura da cor é independente e não influi na medida da sensibilidade”, conclui Arranz.

 

Atualmente os estudos continuam com um aluno de mestrado que está avaliando a influência da iluminação sobre a sensibilidade ao contraste diferenciando, se é distinta para míopes e para hipermetropes, isso é, para as distintas ametropias (defeitos oculares que ocasionam um foco inadequado da imagem sobre a retina).