Salud España , Salamanca, Miércoles, 14 de noviembre de 2012 a las 15:08

Pesquisadores do IBFG estudam como estimular a criação de novos neurônios

Esta linha de pesquisa representa uma alternativa terapêutica para lutar contra as doenças do sistema nervoso que implicam uma deterioração neuronal, como o Alzheimer, o Parkinson ou a esclerose múltipla

José Pichel Andrés/DICYT As doenças do sistema nervoso, como o Alzheimer, o Parkinson ou a esclerose múltipla estão relacionadas com a perda de suas células mais características, os neurônios, de modo que são conhecidas como doenças neurodegenerativas. Uma das linhas de pesquisa que buscam terapias para estas doenças se centra em estimular a criação de novos neurônios, um objetivo muito complexo no qual trabalham pesquisadores de Salamanca.

 

“Estudamos os mecanismos de diferenciação neuronal”, afirma em declarações a DiCYT Ángeles Almeida, pesquisadora que acaba de entrar no quadro de funcionários do Instituto de Biologia Funcional e Genômica (IBFG), centro misto da Universidade de Salamanca e do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC). O objetivo desta linha de pesquisa, assegura, é saber melhor o processo pelo qual os neuroblastos, células embrionárias que evoluem até converter-se em neurônios, iniciam essa diferenciação que as transformam nas células mais conhecidas do sistemas nervoso.

 

Se os cientistas soubessem como funciona este mecanismo, seria possível dar um grande passo em direção à produção de novos neurônios e, portanto, à reparação dos danos sofridos no sistema nervoso em muitas doenças. De fato, “quando se produz um dano no cérebro humano ocorre uma pequena neurogênese e para poder estudá-la e estimulá-la precisamos saber como se produz a diferenciação neuronal”, afirma a pesquisadora, que pertence também ao Instituto de Investigação Biomédica de Salamanca (IBSAL) e ao Hospital Universitário.

 

Este estudo é realizado in vitro, com cultivos de neurônios, e também estudando o cérebro de embriões de animais transgênicos, desenhados especificamente para este tipo de pesquisa. “Se suspeitamos que uma proteína é importante para o inicio da diferenciação, tentamos averiguar suas características no cultivo e depois fazemos o estudo in vivo em um animal, suprimindo esta proteína”, comenta Almeida.

 

Identificar essas proteínas essenciais para a diferenciação neuronal serviria para estimular a neurogênese no cérebro danificado a partir dos neuroblastos, já que os neurônios adultos não se dividem como outras células e, portanto, não existe outra maneira de conseguir fazer com que proliferem.

 

Estratégias

 

Por isso, a estratégia foca-se nos nichos de progenitores neurais do cérebro, células-tronco que quando estimuladas adequadamente para produzir neurônios, poderiam, pelo menos na teoria, regenerar áreas do cérebro danificadas. No entanto, ainda “conhecemos muito pouco desse processo”, indica a cientista. Foram realizados estudos a esse respeito em animais, mas está claro que “a capacidade de neurogênese do cérebro humano é extremamente limitada”.

 

Neste sentido, outra possibilidade teórica seria implantar células-tronco no cérebro danificado, mas já se comprovou que está ação “não tinha resultados” e que inclusive pode chegar a provocar a formação de tumores. “Seria melhor induzir as células-tronco endógenas a uma maior capacidade de formar novos neurônios”, opina Almeida.

 

Para consegui-lo, existe outra via além dos nichos de progenitores neurais que existe no cérebro: recorrer às células-tronco que se mobilizam desde a medula óssea através do sangue quando o organismo percebe a existência de danos neuronais que derivam, por exemplo, de uma isquemia. Esta é outra possibilidade que está sendo analisada no laboratório de Ángeles Almeida, ainda que se trate de uma abordagem “muito preliminar”, adverte. Os trabalhos desenvolvidos pelos especialistas no assunto indicam que estas células poderiam gerar não só a formação de novos neurônios ou neurogêneses, mas também novos vasos sangüíneos, o que se conhece como angiogênese.