Tecnología España , Burgos, Martes, 31 de julio de 2012 a las 15:00

Pesquisam a presença de metais pesados no peixe através de sondas fluorescentes

Trabalho focou-se no projeto de conclusão de curso de um estudante da Universidade de Burgos, José García Calvo

Cristina G. Pedraz/DICYT Segundo a OCU (Organização de Consumidores e Usuários), a presença de mercúrio em diversos peixes está por trás de muitos alertas de segurança alimentar, ainda que a população mais sensível (crianças e mulheres durante a gravidez e amamentação) não deva eliminar este alimento de sua dieta, mas limitar o consumo de determinadas espécies. O mercúrio encontra-se de forma natural no solo, água, plantas e animais, ainda que seja a atividade humana a que aporta grandes quantidades ao meio ambiente através da incineração de resíduos sólidos, o uso de combustíveis fósseis ou o uso de mercúrio em diversas indústrias, como indica esta organização. Este metal pesado passa ao peixe através de sua alimentação, de modo que os peixes mais predadores, que costumam ser os mais grandes, são os que acumulam maior quantidade de mercúrio.

 

Nos últimos anos, pesquisadores do Departamento de Química da Universidade de Burgos estudaram uma nova família de sondas fluorescentes capazes de desenvolver fluorescência na presença de determinados analitos. Estas pesquisas têm uma vertente aplicada, já que seus resultados podem ser aplicados à presença de contaminantes em águas ou peixes, ou no campo da Farmacologia.

 

Dentre estes contaminantes encontra-se o mercúrio, no qual se foca o trabalho de conclusão de curso de um aluno da Universidade de Burgos, José García Calvo. Sob o título Síntese de sondas fluorescentes detectoras de cátions de mercúrio e metilmercúrio, o jovem pesquisador se baseia nas moléculas com as quais trabalham no Departamento para detectar mercúrio em peixes. “A partir de algumas moléculas já sintetizadas tentamos ver se realizando distintos processos é possível derivar em outras que detectam este material. Foram realizadas distintos testes e muitas foram sintetizadas, ainda que finalmente somente alguma valiam e comprovamos que davam bons resultados”, indica a DiCYT.

 

Em princípio, agrega, tratava-se de detectar mercúrio, “mas na prática detectou-se também paládio ou ouro, ainda que o mercúrio estivesse presente em muitos casos”. Conforme indica, “o metilmercúrio e o mercúrio são tóxicos e podem estar em determinados alimentos bioacumulativos, representando perigos, por exemplo, para o sistema nervoso”. Através destas sondas a idéia seria, agrega, receber “uma determinada remessa de peixe como o atum, que pode ter níveis de mercúrio muito altos, e passar por cima do peixe úmido o composto para que detecte a presença deste metal acima dos limites permitidos ou não, de modo rápido e simples”.

 

Após apresentar este trabalho de conclusão de curso, José García Calvo realizará no próximo ano o Mestrado em Química Avançada da Universidade de Burgos e seu objetivo é continuar trabalhando nesta linha de pesquisa. “Agora estou testando a mesma sonda com polímeros e parece que está dando inclusive melhores resultados do que comprovei no projeto de conclusão de curso”, afirma.