Alimentación España , León, Lunes, 04 de mayo de 2015 a las 16:59
INESPO II

Projeto analisa as áreas empresariais do norte da Espanha

Grupo de Investigação INVESTER, da Universidade de León, estudou a organização, planeamento e gestão de áreas de negócio

Cristina G. Pedraz/DICYT Investigadores do Grupo INVESTER, liderado pela professora Paz Benito del Pozo, da Universidade de León (ULE), desenvolveram um projeto de investigação sobre a organização, planeamento e gestão das áreas empresariais do norte da Espanha. A iniciativa, financiada pelo Ministério da Ciência e Inovação da Espanha, foi desenvolvida ao longo de três anos (entre 2011 e 2013, incluídos) e os seus resultados estão a ser divulgados através de numerosos artigos, livros e recursos didáticos, tais como um Atlas de Áreas Empresariales (“Atlas de áreas empresariais”), publicado pela Universidade de León, ou o livro Planificación territorial y desarrollo de suelo empresarial en España (“Planificação territorial e desenvolvimento do solo empresarial na Espanha”), da editora Thomson Reuters-Aranzadi.


Compõem a área de estudo do projeto seis comunidades autónomas espanholas: as regiões de Galiza, Astúrias, Cantábria, Castela e Leão, o País Basco e Navarra.


Como explica Paz Benito del Pozo, professora titular de Geografia Humana na ULE e diretora do Grupo INVESTER, o principal objetivo foi “analisar o padrão territorial da indústria e a importância dos assentamentos industriais planificados no norte da Espanha, após a fase de reestruturação industrial e no contexto de uma economia globalizada, que traz uma nova lógica na distribuição e organização territorial das atividades industriais e nos serviços que lhes estão associados”.


Nestes processos influenciam, por um lado, as políticas públicas e, por outro, a estrutura e dinâmica do tecido empresarial. O projeto focou quatro aspectos chave para compreender a organização espacial e a importância urbanística das áreas empresariais: os critérios que regem a gestão de espaços para atividades económicas; a planificação oficial de terrenos industriais; os padrões de desenvolvimento urbano dos assentamentos para as empresas em áreas urbanas e rurais; e o planejamento e ações dos agentes envolvidos na gestão das próprias áreas empresariais.


Para levá-lo a cabo foi proposta uma metodologia que combinava técnicas quantitativas e qualitativas, do rastreamento bibliográfico e documental até ao trabalho de campo ou à elaboração de inquéritos e entrevistas. Analisaram-se como fontes básicas os regulamentos regionais sobre gestão do território, a legislação urbanística, os planos industriais dos governos regionais, o planeamento urbano municipal e os programas de ação dos promotores públicos de solo empresarial (autoridades nacionais, agentes regionais, municípios e sociedades mistas).


Resultados do projeto


Conforme detalha Paz Benito, o projeto “permitiu avançar no conhecimento geral sobre a lógica espacial das áreas de negócio e o modelo territorial dos assentamentos industriais da Galiza, Astúrias, Castela e Leão, Cantábria, País Basco e Navarra”.


Em primeiro lugar, confirma-se que as regiões que estiveram em processo de reestruturação entre 1980-1990 e com planos oficiais de terreno industrial desde 2000 desenvolveram um modelo territorial de assentamentos empresariais altamente concentrado, ligado aos centros urbanos e cidades mais dinâmicas e acessíveis. A tipologia dos espaços para as empresas é muito variada: parques ou distritos industriais, parques empresariais, tecnológicos, áreas de logística, etc.


Por outro lado, estabeleceram-se com precisão uns critérios de classificação das áreas de negócio nas comunidades estudadas e identificaram-se os pontos fracos e fortes da ferramenta básica de gestão. Definiram-se também as diretrizes que regem o planeamento oficial de terrenos industriais e confirmou-se que o volume de solo colocado no mercado, a sua distribuição e localização espacial e as suas caraterísticas urbanas e de recursos “são coerentes num nível elevado com a oferta e demanda, mas também confirmou-se que parte do solo oferecido obedece mais a interesses políticos do que à capacidade do território”.


A nível municipal, demonstraram que o planeamento urbano “potencia a indústria nas áreas urbanas e, em menor grau, nas rurais”. O tamanho dos parques empresariais varia entre 20 e 100 hectares, com parcelas que dependem da demanda das empresas, e uma gama de serviços que tende a melhorar a qualidade.


Gestão das áreas empresariais


A gestão das áreas empresariais depende, em primeira instância, dos promotores públicos (de preferência, as câmaras municipais e governos regionais) e, em segunda instância ―quando os lotes já estão vendidos e ocupados―, dos empresários, agrupados em associações de parques industriais para assumir esta função.


Paz Benito del Pozo expõe que a maior conquista do projeto é que este confirmou a hipótese principal, “que, no norte da Espanha, se impõe um modelo territorial da indústria de tipo concentrado, ainda que em um grau menor do que em etapas históricas, articulado por uma tipologia de assentamentos mais diversificada, embora padronizada, resultado da sobreposição de políticas de ordenamento do território, planeamento governamental de solos industriais e planeamento urbano municipal”.


A nível urbano e metropolitano conclui que estão a ser reforçadas as relações indústria-cidade. “Pode-se dizer que a cidade industrial não morreu, apenas transformou a lógica espacial da atividade industrial em relação ao espaço urbano ou metropolitano que a contém e, ao mesmo tempo, observa-se uma certa difusão da indústria em áreas rurais, o que influi na articulação e a eficiência do território em geral”.
Finalmente, a paisagem criada pelas áreas empresariais transforma-se, torna-se mais extensa, híbrida (indústria + serviços muito heterogéneos) e a fábrica dá lugar a pavilhões industriais e prédios de escritórios de cuidada arquitetura e viveiros de empresas.

 

 

 

Titulo del cuadro de apoyo

Benito del Pozo, Paz (dir.) (2014): Planificación territorial y desarrollo de suelo empresarial en España. Navarra, Thomson Reuters-Aranzadi, 242 pp. ISBN 987-84-9059-391-2.


Benito del Pozo, Paz (dir) (2014): Atlas de Áreas Empresariales. Un recurso didáctico para el estudio de los modelos territoriales de la industria. León, Secretariado de Publicaciones de la Universidad de León. ISBN 978-84-9773-664-0.


Benito del Pozo, P. (2014): “Paisajes industriales y áreas empresariales en transformación. Apunte sobre Avilés y Gijón”, en J. Cortizo, J. Mª Redondo y Mª J. Sánchez (coords): De la Geografía Rural al desarrollo Local. Homenaje a Antonio Maya Frades. León, Secretariado de Publicaciones de la Universidad de León, pp. 429-441. ISBN 978-84-9773-669-5.


Pascual, Henar; Benito del Pozo, P. (2014): “Los parques tecnológicos ante la crisis: situación y desafíos”, en J.M. Albertos y J.L. Sánchez (coords.): Geografía de la crisis económica en España. Valencia, Publicaciones de la Universidad de Valencia, pp. 639-666. ISBN 978-84-370.