Ciencias Sociales España , Salamanca, Viernes, 26 de noviembre de 2010 a las 11:16

“Queremos mobilizar a sociedade para a feira Empírika 2012”

Carlos Vogt, secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo, organizará a segunda edição da Feira Ibero-americana de Ciência, Tecnologia e Inovação

José Pichel Andrés/DICYT Carlos Vogt, secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Brasil), participou ativamente em Empírika 2010, a Feira Ibero-americana de Ciência, Tecnologia e Inovação, celebrada em Salamanca entre os dias 12 e 21 de novembro. Poeta e linguista, ex-reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Carlos Vogt é coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Como uma das figuras de referência em divulgação científica na Ibero-américa, assume agora o desafio de organizar em dois anos a segunda edição deste evento, que terá lugar em São Paulo em 2012.

 

Pergunta. Que balanço faz da Feira Empírika 2010?
Resposta. Trata-se de uma iniciativa muito importante que contou com uma fantástica presença de público. É o tipo de evento que cumpre com o propósito de motivar a sociedade, particularmente os jovens; o que eu chamo de amor à Ciência, apesar de que talvez eles nunca cheguem a ser profissionais dela. É a base sobre a qual se construirá a Ciência como um valor forte na vida das pessoas. A feira proporciona as tecnologias e a situação da interatividade, o que faz com que os visitantes possam manejar de forma concreta conceitos abstratos. A explicação se abre diante dos olhos para fatos da vida que sabem que ocorrem, mas para os quais não tinham explicação. É uma aventura do conhecimento, um desafio que promove uma dinâmica de curiosidade e interesse pela Ciência, pela Tecnologia e por todos os valores que organizam a vida contemporânea.

 

P. Toda a Ibero-américa aposta por igual na divulgação científica?
R. Creio que sim, é um movimento que pode apresentar diferenças em níveis por condições de trabalho ou situações específicas, mas do ponto de vista qualitativo é o mesmo interesse. Toda a Ibero-américa vive um movimento no que se procura estabelecer as formas de atuação buscando uma divulgação forte para levar a Ciência e a Tecnologia à compreensão e à participação crítica da sociedade com relação à cultura científica.

 

P. É imprescindível para o progresso da sociedade?
R. Totalmente. Não existe Ciência sem comunicação. A comunicação da Ciência é fundamental para o desenvolvimento, tanto do ponto de vista da comunicação científica propriamente dita entre os pares, como na forma de ensino, de eventos como as feiras, ou na forma de divulgação em linguagens acessíveis a toda a população. De um ponto de vista social e do trabalho, o mundo contemporâneo está cada vez mais determinado pelos feitos da cultura científica, pelo grande desenvolvimento da Ciência e das tecnologias da informação e da comunicação. Por isso, é fundamental que a sociedade tenha condições de participar de maneira crítica e decisiva na pesquisa, nos projetos e programas governamentais, nas decisões de políticas públicas com relação à Ciência e com relação a sua própria vida.

 

P. Com respeito a essa participação pública em políticas científicas, Empírika serviu também para lançar a idéia de levar-se à Ibero-américa a grande enquete sobre prioridades científicas realizada este ano na Europa, denominada Agenda Cidadã para 2030. Vê possível esse projeto?
R. Sim, trabalhamos com a idéia de criar uma comissão de representação de vários países para aplicar a idéia com modificações do questionário ou as manifestações dos especialistas. Queremos ter uma resposta interessante que possa contribuir com a organização dos temas do ponto de vista das prioridades para as políticas públicas.

 

P. O que se pode adiantar sobre Empírika 2012?
R.
Será organizada pela Universidade de Campinas, pelo museu Catavento e outras instituições vinculadas. Existem muitas idéias e, até agora, vamos realizar uma publicação periódica, provavelmente eletrônica, sobre Empírika, vamos a estabelecer mecanismos para escolher os temas e começar este projeto no início do ano que vem. Queremos estabelecer condições para que exista uma interatividade dos interessados e mobilizar a sociedade para a realização da feira em 2012. Além dos centros físicos da feira, queremos que funcione também virtualmente, para que possamos contar com a participação de várias cidades do estado de São Paulo pela internet, graças à televisão ligada ao projeto da Univest, a Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Assim, se poderia difundi-la de uma maneira descentralizada por todo o estado.

 

P. Com a experiência da Empírika 2010, que idéias podem ser replicadas e quais podem ser melhoradas?
R. Pode ser melhorada no sentido de buscar sua expansão e um maior alcance social, mas é necessário que se aproveite tudo o que foi feito, a idéia é muito boa e muito bem realizada. Temos que dinamizá-la e aproveitar tudo o que se fez em Salamanca.