Alimentación España Vergacevero, León, Lunes, 03 de octubre de 2011 a las 13:48

Reserva de Los Argüellos abriga 17 das cerca de 25 espécies de morcegos da Península

Especialistas pedem para que se evitem visitas às cavernas que habitam durante o período de hibernação, o que pode provocar a morte destes animais

RAG/DICYT As diversas cavernas naturais presentes no kárstico, paisagem da Reserva da Biosfera de Los Argüellos, são o perfeito lar para os morcegos, de modo que esta região do norte da província de Léon abriga 17 das aproximadamente 25 espécies que habitam a Península Ibérica. Evitar visitar estes espaços durante o período de hibernação destes animais é uma das recomendações feita pelos especialistas, já que a perturbação aos morcegos durante este processo pode levar a sua morte.

 

O trabalho dos morcegos nos terrenos em que formam colônias é importante, já que cada noite eliminam um grande numero de insetos - alimentando-se deles - que poderia chegar a gerar pragas nos ecossistemas florestais, destacou Jorge Falagán, professor da Área de Ecologia da Universidade de León (ULE), autor de um estudo sobre estes animais junto ao Estanislao de Luis Calabuig, catedrático de Ecologia, e Paula Arroyo, doutora em Biologia desta Instituição Acadêmica.

 

Algumas das ações propostas para não prejudicar estes morcegos pretendem, além de evitar visitas às cavernas durante sua hibernação, sinalizar adequadamente seus lugares de criação, colocar caixas-ninho, tomar as devidas precauções ao realizar obras em edifícios que possam habitar - como, por exemplo, não fazer obras no inverno - ou evitar o uso de inseticidas na madeira que possam prejudicá-los.

 

Para realizar este estudo os pesquisadores visitaram durante um ano diversas ruínas, pontes e cavernas de várias localidades que poderiam abrigar colônias destes animais e as analisaram tanto de dia como de noite. Elaboraram também um inventário de todos aqueles lugares que deveriam ser respeitados por servir de invernada ou para reprodução dos morcegos. “O trabalho foi árduo, mas também gratificante cada vez que encontrávamos um refugio destes singulares seres”, reconheceu a DiCYT.

 

Espécies vulneráveis

 

Do total das espécies deste quiróptero presentes na Reserva da Biosfera de Los Argüellos, quatro estão catalogadas como vulneráveis, o morcego-rato-médio e os morcegos-de-ferradura pequeno, grande e médio, segundo dados fornecidos pela entidade gestora da Reserva da Biosfera.

 

O primeiro deles (Myotis blythii) é uma espécie típica de estepes e pradarias, que utiliza como refugio cavidades subterrâneas e, em menor medida, vãos de edifícios ou cisternas. A população mínima estimada na Espanha é de 20.000 exemplares, a maioria concentrada no sul da península. Uma das principais ameaças são os incômodos contínuos nos refúgios, especialmente os derivados da crescente atividade do espeleoturismo e da adequação de cavidades para o turismo em massa, ainda que continuem existindo atos vandálicos pontuais, segundo informações do Ministério do meio Ambiente, Meio Rural e Marinho (MARM).

 

O morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale) está amplamente distribuído na Península Ibérica, com maior presença na zona meridional e na região mediterrânea. É predominantemente cavernícola, tanto para reproduzir como para hibernar, e suas principais ameaças são a desaparição dos refúgios e os incômodos causadas às colônias. O morcego-de-ferradura-grande (Rhinolophus ferrumequinum) se estabelece praticamente em qualquer meio de toda Espanha, preferentemente nas regiões arborizadas com espaços abertos. Sua população está estimada em 40.000 a 50.000 indivíduos, principalmente na Andaluzia, Estremadura e nas duas Castelas. Os incômodos durante seus períodos de reprodução ou hibernação (neste último baixam as constantes vitais dos morcegos, que adormecem e não se alimentam), são também uma das principais ameaças.

 

A outra espécie vulnerável, o morcego-pequeno-de-ferradura (Rhinolophus hipposideros), está presente em toda Espanha, salvo em Ceuta e nas Canárias. Por não ser uma espécie estritamente cavernícola e viver associada a construções humanas (sobrados ou bodegas), a principal ameaça para a espécie é a perda de refúgios por obras de reabilitação ou por ruína dos edifícios.

 

Reserva de Los Argüelos

 

A Reserva de Los Argüelos encontra-se na vertente meridional da Cordilheira Cantábrica, fazendo parte da Montanha Central de León. Conta com uma superfície de 33.260 hectares, na qual se assentam os principais municípios de Valdelugueros, Cármenes e Vegacervera. Seu limite setentrional é também o limite da província de León com a comunidade autônoma do Principado de Asturias. Limita-se ao sudeste com as Reservas da Biosfera do Alto Bernesga, Las Omañas e Luna. Dois rios percorrem a região norte-sul, drenando até o rio Douro, são eles o Torío e o Curueño.

 

A Reserva de Los Argüellos apresenta traços característicos geológicos e geomorfológicos, com numerosas formações cársticas como cavernas, cavidades e depressões encontradas na região e que foram modeladas ao longo dos anos pela ação da água sobre a rocha calcária. Conta com formações de origem glacial e formas fluviais como os desfiladeiros de Vegacervera e de Valdeteja, nos quais a ação da água sobre a rocha provocou a formação de estreitamentos seguidos por vales mais amplos onde os materiais que a água encontrava em seu caminho permitiram a formação de um leito fluvial mais aberto. Entre os pontos turísticos de que dispõe estão as cavernas de Valporquero.