Alimentación México , México, Viernes, 13 de enero de 2012 a las 13:16

Utiliza-se ouro para descontaminar esgotos e águas residuais

Propriedades das nanopartículas deste metal eliminam contaminantes orgânicos

Agência ID/DICYT Pesquisadores da Universidade Autônoma Metropolitana Unidade Azcapotzalco (UAM-A), na Cidade do México, abordam estudos sobre a aplicação de nanoestruturas de ouro para conseguir descontaminar os esgotos e águas residuais nesse país.

 

A razão pela qual especialistas desta casa de estudos decidiram utilizar ouro reside em que as nanopartículas deste metal, em tamanhos inferiores a 10 nanômetros (10 milionésimas partes de um metro), apresentam uma grande atividade química, especialmente nas reações de oxidação.

 

As propriedades das nanopartículas de ouro são altamente funcionais para eliminar contaminantes orgânicos, já que muitos destes são difíceis de degradar. Por este motivo, a doutora Mirella Gutiérrez Arzaluz e o doutor Miguel Torres, professores e pesquisadores da UAM-A, trabalham na utilização de catalisadores (substâncias ou elementos que permitem, aceleram ou propiciam reações químicas) que incluem nanopartículas de ouro como agente reativo contra os contaminantes orgânicos.

 

De acordo com as normas mexicanas, o formaldeído (um tipo de contaminante orgânico) é o principal causador de contaminação nas águas do país. Este composto químico volátil provém principalmente das águas residuais oriundas das industria farmacêutica, papeleira e têxtil.

 

Alguns dos efeitos negativos do formaldeído (em baixas concentrações) manifestam-se em irritações em diversas partes do corpo, mas em concentrações mais altas (acima de 800ppm ou partes por milhão), são agentes cancerígenos.

 

Com o objetivo de combater estes contaminantes orgânicos, os pesquisadores da UAM-A utilizaram uma tecnologia conhecida como Reator de Membrana: um tubo cerâmico em que são dispersadas as nanopartículas de ouro ou alguns metais nobres como o platino, dentro de uma carcaça de aço inoxidável.

 

“Passamos por um lado da membrana a fase líquida (água contaminada) e externamente passamos um agente oxidante (que pode ser oxigênio ou ar), que entra em contato com a fase líquida na qual se encontra depositada a fase ativa da membrana catalítica (nanopartículas de ouro ou metal nobre)”. Quando os contaminantes reagem com o agente oxidante na membrana transformam-se em dióxido de carbono, no processo conhecido como mineralização. A doutora Gutiérrez Arzaluz afirma que a descontaminação através desta tecnologia é 70% efetiva, e o processo de descontaminação pode ser considerado como uma fase prévia à potabilização das águas residuais.

 

Outra possível aplicação deste sistema é o tratamento posterior do esgoto (que contém menor quantidade de oxigênio do que as águas residuais), já que se demonstrou que através do reator catalítico de membrana é possível eliminar alguns medicamentos existentes nas águas.