Tecnología Chile , Chile, Miércoles, 10 de marzo de 2010 a las 16:51

Cientistas chilenos desenvolvem um método para estudar falhas em edifícios afetados por terremotos

Modelos em escala realizados pela Universidade Santa María permitem reproduzir problemas de edificações afetadas por terremotos e evitar futuros colapsos

USM/DICYT Estabelecer exatamente quais são as causas das falhas que apresentam as edificações mais afetadas por um terremoto é ainda uma tarefa complexa de se realizar e compreender para os especialistas. Por isso, os estudos de modelos em escala, como os realizados freqüentemente na Universidade Santa María (USM), podem ser muito efetivos ao permitir que se determine inclusive o que os programas de computador não conseguem.

 

Diante de casos tão complexos como os apresentados pelas edificações mais afetadas pelo terremoto, a utilização de ferramentas capazes de determinar efetivamente a origem dos danos, estabelecer soluções e evitar acontecimentos similares no futuro se torna fundamental. Nesse sentido, o Departamento de Obras Civis da Universidade Técnica Federico Santa María está realizando já há vários anos avançados estudos sobre as análises em escala.

 

Segundo René Tobar, acadêmico encarregado do Laboratório de Engenharia Sismorresistente deste Departamento, “na hora de construir deve-se defender a qualidade. No controle de qualidade de materiais, por exemplo, existe muita pressão para baixar os custos por parte das imobiliárias e das construtoras. Controla-se pouco e existe pressão para que as normas sejam flexibilizadas, de modo que pode acontecer que materiais de qualidade insuficiente passem sem ser detectados. Geralmente, o interesse desmedido por baixar os custos afeta a todas as etapas da construção de uma estrutura”.

 

Com respeito ao último terremoto ocorrido no país, o acadêmico da Universidade Santa María disse que ao examinar os edifícios danificados às vezes é fácil perceber o porquê das falhas e quais normas de construção não foram cumpridas, mas outras vezes não. Assim, em casos complexos deve-se recorrer a ferramentas de análise muito mais sofisticadas, como é o caso do ensaio de um modelo em escala. Este método na USM está bastante avançado, especialmente para o caso do concreto armado, no qual se podem reproduzir os diversos tipos de falhas. Por exemplo, todas as falhas observadas nos edifícios de Viña del Mar.

 

Materiais especiais

 

Quanto ao funcionamento desta técnica, René Tobar sinaliza que “a Universidade Técnica Federico Santa María está à frente no tema. Com materiais especiais desenvolvidos na universidade construímos um modelo em escala do edifício, colocamo-lo em nossa mesa de simulação e aí aplicamos o terremoto.

 

É uma espécie de simulação que revela os problemas apresentados pelas construções, que não são tão simples de entender”. Naturalmente, existem restrições ao tamanho dos modelos devido à capacidade dos equipamentos. Uma vez feita a prova e com os resultados em mãos, verifica-se o que aconteceu e se refazem os cálculos, modificando correspondentemente os elementos estruturais.

 

Por último, é necessário mencionar que na construção as mudanças costumam requerer grandes investimentos, especialmente se o problema está em uma estrutura já construída. “Certamente, em alguns casos observados em Viña del Mar, será mais conveniente demolir o edifício e aproveitar para fazer um novo maior, considerando os atuais preços dos terrenos. Se diz freqüentemente que, pela experiência deste terremoto e do de 1985, em alguns terrenos não se pode mais construir, mas isto também é um problema de custos. Teoricamente, pode-se construir em quase qualquer solo, mas se deve estar disposto a enfrentar o custo. Em engenharia tudo tem solução e tudo tem seu custo”, afirmou Tobar.