Alimentación España , Salamanca, Lunes, 26 de marzo de 2012 a las 15:45

Cientistas de Salamanca ajudam a elaborar mapas de umidade em alta resolução

Rede de sensores localizada em La Guareña (Zamora) serve para validar os dados dos satélites da NASA e da ESA e avaliar o grau de seca de toda Península Ibérica

José Pichel Andrés/DICYT Cientistas do Centro Hispano-luso de Investigações Agrárias (Ciale) da Universidade de Salamanca participaram no desenvolvimento de um sistema que permite criar mapas de umidade em alta resolução. A iniciativa parte do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e da Universidade Politécnica da Catalunha, apoiando-se em satélites SMOS da Agência Espacial Européia (ESA) e no sensor MODIS da NASA. O sistema foi calibrado e validado graças a uma rede de sensores que os pesquisadores de Salamanca desenvolveram na comarca de La Guareña, em Zamora.

 

José Martínez, pesquisador do Ciale, explicou em declarações a DiCYT que se trata de “uma rede de sensores de umidade que abrange 1.300 quilômetros quadrados” no Sudeste da província de Zamora, e que faz parte de um grande projeto de pesquisa sobre recursos hídricos, nascido em 2005. Antes do lançamento do satélite SMOS (Soil Moisture and Ocean Salinity), em 2009, era necessário calibrar os instrumentos de medida antes de seu lançamento, de modo que os cientistas da Universidade Politécnica da Catalunha começaram a colaborar com o Ciale neste projeto e foram a La Guareña para realizar alguns experimentos.

 

Dois anos depois do lançamento deste satélite europeu, encarregado de medir a umidade da terra e a salinidade dos mares em todo planeta, a colaboração continua, já que agora é preciso “atestar que efetivamente os dados enviados são corretos”, afirma o cientista. Para tanto, nada melhor que corroborar a informação enviada pelo SMOS com uma medição sobre o terreno como a da rede de sensores do Ciale, que demonstrou-se absolutamente fiável depois de uma experiência de vários anos.

 

A NASA, a ESA e os sensores de Zamora

 

A novidade é que os pesquisadores espanhóis combinaram os dados do SMOS com o sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer, em inglês), que viaja a bordo do satélite Terra da NASA e oferece imagens térmicas e em cores de alta resolução. O resultado é que a resolução espacial dos mapas de umidade que podem ser construídos com estas duas fontes de informação é de um quilômetro, diante dos 50 quilômetros de resolução obtidos utilizando somente a informação do SMOS.

 

Ainda que se trate de um novo método experimental, a validação da rede permanente de sensores instalados em Zamora fornece um respaldo científico, e está corroborada também com outra rede de sensores instalada quase nas antípodas, na Austrália. “Estamos em um processo de melhoria, mas os resultados são promissores”, afirma Jordi Font, cientista do Instituto de Ciências do Mar do CSIC.

 

Mapas que alertam sobre a seca

 

Atualmente o Centro Especialista SMOS, nome desta iniciativa com sede em Barcelona, somente desenvolve mapas de umidade da Península Ibérica. Diante da situação de seca atual, os pesquisadores difundiram dois mapas que comparam a umidade do ano passado e a atual, nos quais se evidencia a falta de água na Espanha e em Portugal. As cores azul e verde de fevereiro de 2011 se transformam em cores avermelhadas em fevereiro de 2012, de acordo com os dados dos satélites que contrastam também com o terreno, graças ao trabalho do Ciale.

 

“O aumento na resolução permite usos diversos para os mapas, como conhecer o conteúdo de água útil no solo, prever a produtividade dos campos ou, o que é muito importante em épocas de seca como a que vivemos agora, avaliar o risco de incêndios em áreas concretas. Sabendo que uma região é muito seca, podemos tomar medidas preventivas, como limpar as ervas daninhas das florestas ou criar barreiras de fogo, de um modo direcionado e eficaz”, explica a pesquisadora María Piles, do Centro Especializado SMOS, instalado no Instituto de Ciências do Mar, em declarações difundidas no dia 22 de março no CSIC.