Alimentación España , Salamanca, Martes, 03 de julio de 2012 a las 13:34

“O futuro da farmacologia está nos oceanos”

A professora da Universidade de Salamanca, Maria Gordaliza Escobar, converte-se na primeira pessoa eleita para ingressar na Academia de Farmácia de Castela e Leão

JPA/DICYT Marina Gordaliza Escobar, catedrática da Universidade de Salamanca e membro do Instituto de Estudos da Ciência e Tecnologia (eCyT), é a primeira pessoa eleita para ingressar na Academia de Farmácia de Castela e Leão. Até o momento, esta instituição nascida há pouco mais de dois anos estava integrada somente por seus membros constituintes. No ato celebrado na tarde do dia 29 de junho no Paraninfo da Universidade de Salamanca, a professora da Faculdade de Farmácia fez seu discurso de ingresso sobre o desenho de novos medicamentos.

 

Em declarações prévias a DiCYT, explicou que a intenção de sua conferência é mostrar distintas abordagens da Ciência no momento de encontrar remédios para as doenças, e destacou que uma das principais fontes para encontrar compostos serão os oceanos. “O mar representa 70% da superfície da Terra e 95% da biosfera”, com referência ao conjunto de seres vivos do planeta. No entanto, em relação à obtenção de medicamentos é um território a ser explorado.

 

Apesar de existirem 30.000 produtos marinhos registrados em publicações científicas, somente 2% deles derivam de organismos de águas profundas, segundo o discurso da nova acadêmica. A tecnologia de exploração atual e futura prevê que logo o ser humano poderá conhecer e aproveitar melhor estes recursos, considerando que “60% dos compostos isolados têm atividade biológica significativa”. Ademais, espera-se que os organismos que sobrevivem no fundo do mar, por enfrentarem condições muito adversas, produzem numerosos metabólitos para defender-se, os quais poderiam ser aproveitados pelos cientistas para a criação de medicamentos.

 

No entanto, a partir desta perspectiva, Marina Gordaliza quis refletir sobre o processo complexo que representa desenvolver um medicamento depois de isolar um composto. A pesquisa representa enormes custos e estes se traduzem no preço dos medicamentos, fazendo com que 80% da população mundial não disponha dos remédios que necessita. Assim, a professora indica a necessidade de “um compromisso com a Humanidade” que permita desenvolver projetos para baratear custos. De qualquer forma, “apesar de que o custo de desenvolver um medicamento seja muito alto, os benefícios sempre superam os gastos”, destaca.

 

A nova acadêmica assegura que para ela “é uma honra” ser a primeira especialista eleita por seus companheiros para ingressar na Academia de Farmácia de Castela e Leão, e destaca a função de assessoria que tem este tipo de instituição para o conjunto dos cientistas. Do mesmo modo, enfatiza especialmente que José María Medina, também professor da Universidade de Salamanca, tenha sido o acadêmico que oferece o discurso de resposta, no qual avaliou os méritos de Marina Gordaliza para ter um lugar na instituição.