Educación Brasil Campinas, São Paulo, Viernes, 25 de octubre de 2013 a las 09:35

Professores participam de formação continuada em história da África

As aulas acontecem pela internet através da utilização de recursos multimídia que poderão ser utilizados pelos docentes posteriormente em sala de aula.

Giselle Soares/Labjor/ComCiência/DICYT - Em 2013, a Lei Federal N° 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino sobre sobre História e Cultura Afro-Brasileira em estabelecimentos de ensino fundamental e médio, completa dez anos. A data coincide com a implementação da primeira turma do Curso de Formação continuada em História da África, iniciativa desenvolvida pelos organizadores da Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB), que teve início no dia 19 de agosto, Dia do Historiador, e prossegue até o fim de outubro.

 

A professora Cristina Meneguello, coordenadora da ONHB e do curso de formação continuada, explica que o tema de ensino em história da África foi escolhido pela atualidade e pela formação insuficiente que os professores de ensino fundamental têm nessa área. "Boa parte dos professores de História, inclusive eu mesma, nos formamos historiadores quando a disciplina de África sequer existia nos cursos de graduação ou, se existia, era opcional. Ou seja, nos formamos sem ter total acesso à discussão desse tema na historiografia nacional", afirma Meneguello.

 

Os historiadores Ozângela Arruda e Gabriel Parente reforçam a opinião da professora Cristina Menenguelo acerca da existência de lacunas na formação profissional de historiadores no que concerne ao continente africano: “Quando iniciei minha graduação, há treze anos, a matriz curricular dos cursos não trazia disciplinas voltadas exclusivamente para História da África. As discussões sobre o assunto surgiam em debates sobre questões relacionadas à escravidão, negros etc. Quem quisesse buscar mais informações sobre a África deveria fazer isso por conta própria, em meio a uma escassez de material, ou procurar algum núcleo de estudos especializados dentro da universidade”, lembra Arruda, que é mestre em Teoria e História Literária pela Unicamp.

 

Gabriel Parente, mestre em História pela Universidade Federal do Ceará ressalta que alguns avanços já podem ser percebidos na produção do conhecimento acadêmico sobre a África e suas culturas: “As três últimas edições do Simpósio Nacional de História da Associação Nacional de História (Anpuh) contaram, cada uma, com dois simpósios específicos sobre África, algo que não ocorria até então, o que indica um maior interesse dos profissionais relação ao continente africano. Apesar desses avanços, o ensino de História da África ainda vivencia grandes problemas, muitos dos quais diretamente relacionados à deficiência na formação. Vejo o curso on-line que será oferecido aos professores participantes na 5ª ONHB como uma importante iniciativa no que se refere à capacitação dos profissionais de história". Segundo ele, a carência na oferta de cursos de especialização e formação continuada em História da África aos professores da educação básica constitui-se como uma das principais causas dos problemas envolvendo a efetivação do que dispôs a Lei 10.639/03.

 

Sobre o curso

 

O curso está sendo oferecido a 2.425 professores do ensino básico de todo o País. As aulas acontecem pela internet através da utilização de recursos multimídia que poderão ser utilizados pelos docentes posteriormente em sala de aula. O conteúdo foi elaborado com a colaboração de historiadores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/UNICAMP), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Ao final dos três módulos que integram a iniciativa, os participantes devem entregar um trabalho que será avaliado por uma comissão. Os cinquenta melhores serão publicados no site da Olimpíada (www.olimpiadadehistoria.com.br/5-olimpiada).