Salud Brasil Campinas, São Paulo, Lunes, 27 de enero de 2014 a las 10:41

Mulheres diabéticas devem redobrar cuidados durante a gravidez

A alta taxa de glicose no sangue em períodos de hipoglicemia é um dos fatores para o aumento do risco de aborto espontâneo em diabéticas

Ricardo Manini / ComCiência / Labjor / DICYT - As portadoras de diabetes que engravidam devem aumentar os cuidados com a doença para evitar abortos espontâneos. Essa é a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Newcastle.

 

O risco da ocorrência de um aborto espontâneo é 4,5 vezes maior em mulheres grávidas diabéticas do que nas não diabéticas. A pesquisa foi divulgada pela Diabetologia, revista da Associação Européia para os Estudos de Diabetes.

 

O estudo envolveu mais de 1500 mulheres. Cerca de 1200 apresentavam diabetes tipo 1 e 340, diabetes tipo 2. Dados extraídos dessa população foram comparados com dados da população feminina inglesa sem diabetes.

 

Em mulheres com diabetes, a taxa de mortalidade fetal foi de 3%. No caso das mulheres sem a doença, essa taxa é de 0,7%. O que gera essa diferença é a alta taxa de glicose no sangue das diabéticas e períodos de hipoglicemia. Tanto um fator quanto o outro prejudicam a gestação.

 

Entidades públicas nos Estados Unidos e na Inglaterra recomendam que os diabéticos façam o controle de glicose no sangue regularmente. O exame é simples e pode ser feito em casa.

 

O recomendado é que, no caso das grávidas, o exame da hemoglobina glicada, que verifica o percentual de glicose no sangue, não ultrapasse 7%. Especialistas mais rigorosos falam que a taxa não deve ser maior que 6%.

 

“É um número que não é fácil de atingir”, diz o endocrinologista Marcelo Lima, do Limed (Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes). “É grande a quantidade de diabéticos que têm um percentual maior que esse”, explica.

 

Para Lima, o que a mulher pode fazer é aumentar os cuidados relacionados à doença. “É hora de realizar mais atividades físicas, comer melhor e tomar medicação com mais regularidade”, recomenda.

 

De acordo com os autores do estudo, qualquer queda no nível de glicose no sangue, por menor que seja, é positiva para a gravidez. “Com supervisão adequada, as diabéticas podem e terão filhos saudáveis”, escrevem.

 

“As mulheres que desejam ter filhos irão tentar tendo ou não diabetes”, afirma Lima. “É claro que ter um bom controle da glicose no sangue é melhor, mas não adianta recomendar níveis muito baixos porque não vão ser atingidos e só vão causar sofrimento emocional”, resume.