Salud Portugal , Oporto, Jueves, 13 de marzo de 2014 a las 10:14

Maioria dos casais inférteis aceitam doar embriões para investigação

ISPUP/DICYT A maioria dos casais inférteis (85%) aceitam doar embriões para investigação, sendo que as mulheres e os homens católicos se revelam mais propensos à doação, por comparação com os não católicos e sem religião. Portugal é um dos países no mundo onde os casais se mostram mais disponíveis para doar embriões para investigação.

 

Estas são as principais conclusões do estudo “Saúde, governação e responsabilidade na investigação em embriões: as decisões dos casais em torno dos destinos dos embriões”, coordenado por Susana Silva, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

 

O estudo revela também que mais de 75% dos participantes defendem a extensão do limite máximo da criopreservação de embriões em Portugal. Um resultado que ganha um impacto reforçado, dada a necessidade emergente de definir, em termos políticos, o tempo máximo em que os embriões podem ser criopreservados.

 

Desde 2006 que a lei portuguesa prevê a possibilidade dos embriões criopreservados terem como destino a investigação científica. A experimentação com recurso a esses embriões tem que ser autorizada pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e carece do consentimento de casais envolvidos em tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV) ou de Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI).

 

No atual consentimento informado para criopreservação de embriões, os casais deverão escrever “sim” ou “não” à frente da seguinte afirmação: “Consentimos no uso dos nossos embriões em projetos de investigação científica”. Esta decisão é tomada para um período máximo de três anos, correspondente ao limite mais baixo dos prazos estabelecidos por outros países europeus.

 

A propósito desta investigação, será realizado um debate sobre a governação da investigação em embriões de origem humana, na próxima terça-feira, dia 18 de março, às 14h00, no auditório do ISPUP, onde serão apresentados e discutidos os restantes resultados deste estudo transversal de base hospitalar que foi realizado entre agosto de 2011 e dezembro de 2012.

 

O objetivo da sessão passa por analisar as visões e experiências dos casais envolvidos em tratamentos de fertilidade, relativamente à decisão de doar ou não doar embriões para investigação, tendo por base os resultados do estudo que aborda: a prevalência da doação de embriões para investigação e fatores associados; as motivações para doar ou não doar embriões para investigação; e opiniões sobre a duração da criopreservação de embriões, uma questão premente no debate político.

 

O evento contará com a presença de Eurico Reis, Presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e de Helena Machado, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

 

O estudo incluiu um inquérito com 313 mulheres e 221 homens, envolvidos em tratamentos de fertilidade, e entrevistas semiestruturadas a 34 destes casais. Este foi financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade – COMPETE e por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCOMP-01-0124-FEDER-014453; ref.ª FCT PTDC/CS-ECS/110220/2009).