Salud España , España, Mi茅rcoles, 19 de mayo de 2010 a las 13:51

A auto-estima e o consumo de t贸xicos em adolescentes

Pesquisadoras da Universidade Rey Juan Carlos e da Universidade de Valencia relacionam a imagem que os adolescentes constroem de si mesmos com seus estilos de vida

URJC/DICYT Uma pesquisadora da Universidade Rey Juan Carlos (URJC) em conjunto com outras pesquisadoras da Universitat de València propõem um modelo que aproxima as relações do autoconceito pessoal com condutas de saúde entre jovens, para conhecer os mecanismos que levam à aquisição de estilos de vida na adolescência média.

 

Este modelo relaciona 3 tipos de variáveis: sócio-demográficas (sexo dos adolescentes), condutas de saúde (consumo de tabaco, álcool e de Cannabis; prática de esportes e consumo de alimentos saudáveis ou não) e dimensões do autoconceito (aceitação social, amizade íntima, adequação conceitual, concorrência acadêmica, concorrência desportiva e aparência física). Os resultados aplicados demonstraram um bom ajuste de dados tanto entre meninos, como entre meninas.

 

As primeiras conclusões às quais conduz o modelo apresentado no trabalho “A proposed model on the relationship between self-concept and a healthy lifestyle in adolescence” indicam que a adequação da conduta do jovem é a dimensão do autoconceito (conjunto de imagens, pensamentos e sentimentos que o individuo tem de si mesmo) que melhor prognostica o consumo de substâncias. Isso é, essa dimensão do autoconceito é a que melhor prevê o consumo de tabaco, de álcool, de Cannabis e de alimentos prejudiciais a saúde tanto nos meninos como nas meninas, durante a adolescência média.

 

Ademais, observa-se que os meninos que se sentem mais aceitos por seus companheiros (amigos ou colegas de classe), sentem-se populares, têm muitos amigos e ganham facilmente o afeto destes, consomem tabaco e Cannabis com maior assiduidade, enquanto as meninas que têm uma imagem de alta aceitação social, consomem tabaco e álcool freqüentemente, mas não Cannabis. Não obstante, as meninas com altas pontuações em amizade íntima consomem mais Cannabis, ao invés de tabaco e álcool. Estas mesmas tendências são observadas em jovens que se encontram em menor competitividade escolar, já que acreditam que seu comportamento não é adequado e que não estão fazendo o que se espera deles.

 

Substâncias tóxicas e aprovação social

 

Uma possível explicação destes resultados é que o consumo de substâncias de risco para a saúde pode ser uma prática aceita, inclusive normativa, naqueles grupos de adolescentes que recebem por ela a aprovação e a amizade de seus companheiros.

 

Este modelo também ajuda a analisar a concorrência dos jovens em domínios acadêmicos, desportivos e em questões relativas à aparência física e sua relação com hábitos de conduta alimentaria. No caso das concorrências acadêmicas, os meninos com maior imagem de habilidade no contexto escolar tendem a consumir mais alimentos saudáveis. Contudo, as meninas não consomem mais alimentos saudáveis pelo fato de terem boas habilidades escolares ou acadêmicas e, pelo contrário, quando vistas com melhor aparência física, consomem alimentos prejudiciais à saúde com maior freqüência. Este resultado pode ter como causa o fato de que as meninas satisfeitas com sua aparência exercem menos controle sobre sua dieta, o que não se observa muito nos meninos.

 

Por outro lado, a competitividade desportiva entre os adolescentes influi diretamente, através da prática de esportes, no consumo de substâncias e na alimentação saudável. Ademais, isso se dá da mesma maneira em ambos os sexos, pois quanto maior é a percepção da competitividade desportiva, maior é a prática de esporte e, sendo maior esta prática, menor é o consumo de tabaco e de álcool e maior é o consumo de alimentos saudáveis.

 

Apesar de certas diferenças, são mais constantes as semelhanças entre meninos e meninas quando se relaciona o autoconceito com uma determinada conduta de saúde. As divergências encontradas podem ser atribuídas ao processo de socialização diferencial, já que este é vivido de maneira distinta entre meninos e meninas. Este processo também pode influir no maior ou menor peso que os níveis de autoconceito têm nas condutas.

 

A mostra utilizada para realizar a pesquisa, representativa dos estudantes escolarizados da Comunidade Valenciana entre 15 e 18 anos, está composta por 1038 estudantes do ensino secundário, com uma idade média de 16,31 anos. Foi selecionada de forma aleatória com um total de 49,1% de meninos e 50,9% de meninas. Concluiu-se que as relações estudadas, no caso dos meninos, explicam 17% do consumo de tabaco, 13% do consumo de álcool, 18% do consumo de Cannabis, 4 e 3% do consumo de alimentos saudáveis ou não, respectivamente, e 23% da prática de esporte. Em relação às meninas, o modelo consegue explicar 24% do consumo de tabaco, 19% de Cannabis, 21% de álcool, 5 e 8% do consumo de alimentos saudáveis ou não e 23% da prática de esporte.

 

Para futuros trabalhos, as pesquisadoras que realizaram este trabalho, Yolanda Pastor, Isabel Balaguer e Marisa García-Merita, propõem incluir no modelo variáveis psicossociais como certos fatores familiares, culturais, relativos a clima escolar e familiar ou a relações com os professores.