Alimentación México , México, Lunes, 01 de febrero de 2010 a las 14:21

Aves marinhas mexicanas em perigo de extinção necessitam urgentemente ser estudadas e protegidas por especialistas

Atividades humanas como a instalação de portos e a contaminação por hidrocarburantes ocasionam diminuição nas populações de alcídeos, assinalam Horacio de La Cueva e José Alberto Zepeda

AG/AMC/DICYT Três espécies de aves marinhas mexicanas da família dos alcídeos se encontram ameaçadas ou em perigo de extinção, alertaram Horacio de La Cuevas Salcedo e José Alberto Zepeda Dominguez, pesquisadores do Centro de Pesquisa Científica e de Educação Superior de Ensenada (Centro de Investigación Científica y de Educación Superior de Ensenada) e do Centro Interdisciplinar de Ciências Marinhas do Instituto Politécnico Nacional (Centro Interdisciplinario de Ciencias Marinas del Instituto Politécnico Nacional), respectivamente.

 

Em seu artigo Festa de fraque nas ilhas mexicanas: os alcídeos em nossos mares (Fiesta de frac en las islãs mexicanas: los álcidos de nuestros mares), publicado no mais recente número da Revista Ciencia, órgão de difusão da Academia Mexicana de Ciências (AMC), destacaram a urgência de realizar-se pesquisas e monitoramentos de aves marinhas no noroeste do México, a fim de identificar fontes de risco para estas populações e desenhar programas de conservação.

 

Sobre o tema, Horacio de La Cueva Salcedo e José Alberto Zepeda Dominguez disseram que as três espécies de alcídeos que se reproduzem no México são o mergulhão de Xantus (Synthliboramphus hypoleucos), mergulhão de Craveri (Synthliboramphus craveri) e a ave marinha norte-americana da espécie Ptychoramphus aleuticus; entre elas, a primeira se encontra “em perigo de extinção” e as duas últimas estão classificadas como “espécie ameaçada”.

 

Os especialistas explicaram que os alcídeos, parecidos aos pingüins, compartem com estes sua plumagem bicolor, branco na parte ventral e negro na dorsal e a postura erguida. As semelhanças obedecem a que ambos os grupos de aves marinhas necessitam ser semelhantes física e estruturalmente para poder alimentar-se de peixes e microorganismos que vivem em mar aberto, atestaram.

 

Assinalaram que esta família de aves marinhas habita todos os oceanos de águas frias e temperadas do hemisfério norte que, no caso da Califórnia, chegam até a península da Baixa Califórnia. Se deve mencionar que estas aves marinhas nunca chegaram a colonizar águas tropicais, principalmente por sua forma de alimentação semelhante à dos pingüins.

 

De acordo com o artigo publicado na revista da AMC, México é o limite sul da distribuição dos alcídeos, onde unicamente 3 espécies se reproduzem nos penhascos ou planícies limítrofes à costa das mais de 300 ilhas do noroeste do país. Outras espécies desta família visitam ocasionalmente as costas mexicanas.

As populações destas aves marinhas, enfatizaram os especialistas, são muito frágeis, e por isso necessitam a cooperação das comunidades humanas para sua viabilidade e conservação.

 

No México, as principais ameaças que sofrem as espécies são os derramamentos de petróleo e outros hidrocarburantes, que cobrem a plumagem e lhes impede manter o calor em seu corpo, razão pela qual acabam morrendo de frio, ao mesmo tempo que seu habitat se reduz devido à instalação de portos que limitam os espaços disponíveis para que se estabeleçam as colônias destas aves.

 

Estas frágeis populações de aves também se vêem afetadas pela alteração do seu habitat na ilha ao ser introduzidos herbívoros como coelhos, cabras e ovelhas, que acabam com a cobertura vegetal que protege seus ninhos e compactam a terra, fazendo com que seja mais difícil para eles escavar e construir suas moradias.

 

Outros perigos são as redes de pesca, onde ocasionalmente se envolvem e morrem, assim como os predadores introduzidos nas ilhas com colônias reprodutivas, como gatos, ratos e cachorros, em virtude de que, ao evoluir sem a presença destes predadores, os alcídeos não tem defesa contra eles.

 

De acordo com a Revista Ciencia, desde a década anterior têm-se realizado ações de conservação para proteger aos alcídeos, como a erradicação de gatos nas ilhas do Oceano Pacífico e no Golfo da Califórnia. Também no Golfo da Califórnia, os ratos se retiraram do arquipélago das ilhas de São Jorge (San Jorge) e da Ilha Rasa (Isla Rasa), enquanto que no Pacífico já não existem mais estes roedores na ilha São Roque (San Roque).

 

Por outro lado, se realizaram programas de educação ambiental em algumas das localidades para que a sociedade adquira consciência da importância destas aves e sua responsabilidade com o ecossistema ao que pertencem, ademais de buscar prevenir eventos catastróficos para os alcídeos.

 

Diante dos sérios riscos que enfrenta a família alcidaei no México, os especialistas consideraram que ainda que as iniciativas iniciadas possam dar sinais positivos, são ainda insuficientes. “Identificar as fontes de risco para estas aves, oferece a possibilidade de estabelecer programas preventivos que minimizem estas ameaças”, concluíram.

 

A Revista Ciencia pode ser consultada na página web http://www.revistaciencia.amc.edu.mx/