Salud España , Salamanca, Jueves, 14 de junio de 2012 a las 16:01

Centro de Investigação do Câncer de Salamanca reproduz pela primeira vez em ratos um tipo de linfoma humano

Grupo de pesquisa de Salamanca publicou os resultados de sua pesquisa na prestigiosa revista científica PNAS

CSIC/JPA/DICYT Um grupo de pesquisadores do Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca conseguiu reproduzir pela primeira vez em ratos as características moleculares e histológicas do linfoma humano. Os autores do trabalho, publicado na prestigiada revista científica Proceedings of the National Academy os Sciences (PNAS), propõem um novo modelo de rato que abre caminho para testar inibidores da proteína denominada MALT1, vinculada à formação de um tipo de linfoma.

 

Estes linfomas, denominados MALT e localizados no tecido associado às mucosas do organismo, representam 8% dos linfomas no-Hodgkin, o terceiro tipo de câncer com maior crescimento depois do melanoma e do câncer de pulmão. Normalmente se localizam no estômago, onde aparecem após uma infecção pela bactérias Helicobacter pylori, e em outras regiões como o pulmão, nas glândulas salivares, no intestino, na pele ou na tireóide.

 

Segundo a informação coletada pelo DiCYT e elaborada pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), que junto da Universidade de Salamanca é o organismo no qual se apóia o Centro de Investigação do Câncer, o estudo demonstra que os linfomas similares aos humanos podem ser modelados em ratos focando a expressão genética de MALT1 nas células-tronco hematopoiéticas, que são as encarregadas da formação do sangue.

 

“Demonstramos o papel oncogênico da MALT1 na formação de linfomas. Nossos resultados indicam também que as células-tronco hematopoiéticas poderiam estar implicadas na patogênese dos linfomas humanos, um fato não descrito até agora”, explica Carolina Vicente, pesquisadora do Laboratório 13 do CIC e primeira autora do artigo na PNAS.

 

Terapias atuais são pouco eficientes

 

Os linfomas MALT podem evoluir, se sua expressão gênica ocorre de forma aberrante, a uma forma agressiva conhecida como ABC-DLBCL, ou linfoma difuso de célula grande do subtipo de célula B ativada. Atualmente, as terapias de quimioterapia e imunoterapia são pouco eficientes na eliminação destas células tumorais.

 

Os inibidores de MALT1 provados no novo modelo de rato criado poderiam ser utilizados como terapias para a doença. Um dos grandes problemas das terapias que combatem o câncer é a dificuldade de reproduzir a doença humana em ratos. Até agora os experimentos in vitro e in vivo em modelos animais não tinham dado seus frutos, já que quando a proteína MALT1 se expressava em células B de rato, o tipo de célula tumoral destes linfomas, não era possível reproduzir a patologia humana associada”, agrega Isidro Sánchez, pesquisador principal do Laboratório 13 do CIC.

 

No estudo colaboraram três grupos de pesquisa de organismos nacionais e internacionais, dentre eles o Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa, um centro misto do CSIC e da Universidade Autônoma de Madri, e o Centro de Pesquisa Médica Aplicada de Pamplona. Neste último comparou-se o modelo de rato com a patologia humana através de análises de expressão gênica.