Salud Brasil Campinas, São Paulo, Martes, 28 de mayo de 2013 a las 13:37

Cientistas buscam vacina contra a dependência de heroína

A vacina é composta por subprodutos da heroína ligados a proteínas maiores, que podem ser reconhecidas pelo nosso sistema imunológico e impedidas de chegar ao cérebro

Ricardo Schinaider de Aguiar/ComCiência/Labjor/DICYT - Em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, cientistas relataram sucesso em testes pré-clínicos de uma espécie de vacina que poderá ser usada em tratamentos de dependência de heroína. A vacina é composta por subprodutos da heroína ligados a proteínas maiores, que podem ser reconhecidas pelo nosso sistema imunológico e impedidas de chegar ao cérebro.

 

A pesquisa foi realizada pelo The Scripps Research Institute (TSRI), da Califórnia, onde cientistas testaram a vacina em ratos de laboratório. Primeiramente, os animais eram treinados para pressionar uma alavanca três vezes para receber uma dose de heroína. Em seguida, os ratos eram “destreinados”, ou seja, podiam pressionar a alavanca quantas vezes quisessem e não receberiam a droga. Entre os ratos que não receberam a vacina, uma nova dose de heroína era o suficiente para fazer com que o comportamento de pressionar a alavanca fosse retomado. Já entre os ratos vacinados, a dose de heroína não levou ao comportamento de pressionar a alavanca novamente.

 

“Basicamente, conseguimos interrompê-los de passar pelo ciclo de querer mais e mais heroína”, relata Joel Schlosburg, primeiro autor da pesquisa. “E isso foi apenas com a vacina. Idealmente, em pacientes humanos, a vacina será acompanhada por outros tratamentos”.

 

O desafio para a produção da vacina estava no fato da droga ser metabolizada muito rapidamente pelo organismo, ou seja, ela é quebrada em subprodutos e alguns deles vão para o cérebro através da corrente sanguínea, sendo responsáveis por grande parte dos efeitos da droga.

 

A solução dos cientistas foi ligar proteínas detectáveis pelo nosso sistema imunológico não apenas à heroína, mas também aos seus subprodutos, como a molécula 6-acetilmorfina. Desse modo, os anticorpos do nosso organismo detectam essa molécula e evitam que ela chegue ao cérebro.

Caso a vacina obtenha sucesso em testes com humanos também, ela poderá ser incorporada em tratamentos para a dependência de heroína, droga que afeta mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo.