Salud España , Salamanca, Martes, 12 de marzo de 2013 a las 14:20

Como o cérebro foca sua atenção em um som?

Especialista dos Estados Unidos explica seu trabalho no Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl)

JPA/DICYT Diana Paterson, pesquisadora do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Iowa State, nos Estados Unidos, visitou no dia 8 de março o Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) da Universidade de Salamanca para conhecer o trabalho deste centro e divulgar o seu. Ambas partes estão interessadas no processamento de sons e uma das chaves é entender como o cérebro é capaz de discriminar o som que lhe interessa em situações muito barulho.

 

“Estamos interessados em saber como uma pessoa pode prestar atenção em outra que está falando em um ambiente barulhento, como em uma cafeteria ou na rua”, afirma Diana Paterson em declarações a DiCYT.

 

Este problema é muito mais complexo do que parece e envolve muitas conexões cerebrais. “Estamos estudando uma parte do cérebro, a amígdala, porque existem conexões entre ela e os centros auditivos do cérebro, de modo que realizamos estudos de anatomia e fisiologia para ver como se comunicam todas estas etapas e para saber qual papel têm estas conexões no momento de prestar atenção”, indica.

 

Os pesquisadores da Universidade de Iowa State utilizam modelos animais para realizar estas pesquisas, ainda que estejam em contato com outros grupos que trabalham diretamente com pacientes. A vida cotidiana oferece muitos contextos nos quais se poderia aplicar este conhecimento, muitas situações nas quais seria possível melhorar a comunicação, segundo a especialista, ainda que de momento se trate de uma pesquisa básica sobre nosso órgão mais complexo e desconhecido, o cérebro.

 

Uma possível via de aplicação seria a tecnologia utilizada para melhorar a audição, mas ainda é uma possibilidade distante. “As pesquisas sobre auscultadores e implantes de cóclea tratam de como a informação vai do ouvido ao cérebro, enquanto nós analisamos o processo contrário: como o cérebro é capaz de controlar de cima para baixo a informação que chega”, indica a cientista.

 

Em todos os casos, “um dos problemas dos auscultadores é processar vozes em um ambiente com muito ruído e, se conseguimos saber mais sobre o que acontece no processo natural, no futuro poderíamos aplicá-lo para melhorar seu funcionamento”, agrega.

 

Esta equipe de pesquisa dos Estados Unidos mantém uma boa relação com os pesquisadores do Incyl Manuel Sánchez Malmierca e Enrique Sánchez Poveda há muitos anos, e talvez no futuro seja possível realizar alguma colaboração, conforme Diana Paterson, já que eles também estão interessados no funcionamento do sistema auditivo.