Alimentación España , León, Miércoles, 28 de marzo de 2012 a las 14:39

Estudo revela o esforço físico realizado pelos agentes de extinção de incêndios florestais

Trabalho realizado pelos pesquisadores da Universidade de Léon e pelas empresas Tragsa e Egmasa é o primeiro do mundo em condiçoes reais de incêndio

Cristina G. Pedraz/DICYT O Grupo de Investigação em Avaliação da Condição Física da Universidade de León acabou de publicar um artigo na revista científica Journal of Occupational and Environmental Health sobre o nível do esforço físico que representa aos membros das BRIF (Brigadas de Reforço de Incêndios Florestais) a extinção de fogos. O trabalho publicado faz parte do projeto de pesquisa “Fatores condicionais de rendimento do pessoal especialista em extinção de incêndios florestais (PEEIF)” que o grupo realiza com a empresa de transformação agrária Tragsa e a gestora ambiental Egmasa, contando com o apoio da Área de Defesa Contra Incêndios Florestais do atual Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente.

 

Conforme explicou a DiCYT o professor José Gerardo Villa Vicente, a principal novidade deste estudo em relação aos já publicados na literatura, elaborados pelos três grupos que trabalham nesta linha no mundo (radicados nos Estados Unidos, Austrália e Chile), é que foi realizado em condiçoes reais de incêndio e não por meio de simulação. “Através da empresa Tragsa e dos trabalhadores que, voluntariamente, quiseram participar do estudo, coletamos toda informação sobre incêndios florestais. Desta maneira, analisamos cerca de 200 pessoas e 15 incêndios por cada uma delas”, detalha.

 

Ao longo de quatro anos os pesquisadores controlaram mais de 2.000 incêndios florestais, que classificaram em quatro categorias em função do esforço requerido para os membros das BRIF: com menos de uma hora de duração; entre uma e três horas; entre três e cinco, e com mais de cinco horas. O responsável pela preparação física no âmbito dos incêndios florestais da Tragsa, localizado no Laboratório do grupo, e dois licenciados em Educação Física contratados conjuntamente e formados neste âmbito, formam os encarregados de coletar todos os dados.

 

“Quando o fogo podia ser previsto, os agentes florestais voluntários ingeriam uma cápsula de temperatura que registrava tanto sua temperatura central, quanto as variações ao longo de todo trânsito intestinal, durante 24-48 horas até que fosse defecada”, afirma o professor Villa, que detalha que desta forma foi possível obter o dado mais importante: “como influem as condiçoes térmicas e o esforço realizado pela pessoa na temperatura central do corpo”. Depois, independemente de que ingerissem a capsula ou fossem ao monte apagar um fogo, de que treinassem ou realizassem trabalhos de limpeza, os agentes florestais colocavam uma faixa peitoral para registrar sua freqüência cardíaca a cada cinco segundos.

 

Por sua vez, dado que cada um porta um equipamento de proteção (formado por uma roupa, um capacete, luvas e botas) e ferramentas, o que aumenta seu peso de 6 a 20 quilos, foram instalados sensores de temperatura ambiental e de temperatura interna dentro das camisetas e do macacão de trabalho, para saber como se acumula a umidade e varia a temperatura corporal. “O equipamento os protege do fogo, mas dificulta a transpiração, o que soma-se ao seu peso e às condiçoes de trabalho no momento, com terrenos irregulares, encostas, etc, e submetidos a mais de 30 graus de temperaturas normalmente secas. Através dos sensores podemos saber até que ponto isso impede o intercâmbio térmico com a pele, e portanto, a dissipação do calor. Inclusive, incluímos sensores de fluxo de calor que medem as chamas ou correntes convectivas de calor que recebem”, afirma. Paralelamente, um dos técnicos contratados acompanha as brigadas e anota os tempos de trabalho e de recuperação de cada um dos membros, bem como o tempo de ataque ao fogo realizado ou o abastecimento que recebem.

 

Envolvimento nos planos de preparação física

 

Uma vez obtidos os dados, toda a informação é centralizada, limpa e analisada em função das variáveis que se deseja estudar. Como afirma o pesquisador, “quase sempre queremos saber que tipo de esforço implica ao agente florestal o trabalho e tentamos detalhar, como fazemos atualmente, aspectos relacionados a temas como se o tipo de combustível difere do esforço que o trabalhador tem que realizar ou se o terreno mais ou menos abrupto requer também maior nível de esforço”.

 

Dado que também se exige destes trabalhadores uma determinada condição física, a equipe científica tenta comprovar “em que medida uma maior ou menor preparação não apenas melhora o rendimento, mas também a saúde e segurança dos agentes florestais”. Através destes estudos, que tampouco estavam presentes na literatura, estabeleceram uma série de índices de trabalho que transferiram aos planos de preparação física destes trabalhadores.

 

Esforço maior do que o descrito

 

No artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Health o grupo de pesquisa resume o que ocorreu nos incêndios que aconteceram durante quatro verões. Como enfatiza José Geraldo Villa, antes de iniciar o estudo, os membros das BRIF são submetidos a testes de esforço todos os verões. “No laboratório analisamos sua resposta cardiovascular, medimos o consumo de oxigênio máximo, referente à capacidade de trabalho físico que possuem, e identificamos as duas áreas limites de esforço, aquela em que praticamente não há esforço, e aquela que, se superada, leva à fadiga, denominada limite anaeróbico. Deste modo, identificamos três áreas de trabalho, a leve, a ótima-moderada e a de trabalho intenso”.

 

Após receber os registros dos pulsímetros utilizados pelos agentes florestais, os pesquisadores observam quanto tempo trabalharam em cada área. Logo, comprovam “se essa área se relaciona com a duração do incêndio, a fim de saber a demanda de resposta cardiovascular e de estresse térmico relacionada com sua atividade laboral em função da duração do fogo”. A combinação destas questões representa também uma novidade neste campo de pesquisa e revela que a demanda de esforço requerida ao bombeiro florestal é mais alta do que a esperada e descrita. “Desse modo, o desenvolvimento de planos de preparação física específica, como os realizados por Tragsa, são absolutamente imprescindíveis”, conclui.