Tecnología España , Salamanca, Viernes, 22 de junio de 2012 a las 12:34

Grande ecrã táctil e um “Facebook para idosos”, idéias para lutar contra o Alzheimer

CRE Alzheimer de Salamanca e a Universidade Politécnica de Valencia iniciam um projeto de estimulação cognitiva para pessoas com demência baseado nas novas tecnologias

JPA/DICYT O Centro de Referências Estatal (CRE) de Atenção a Pessoas com Mal de Alzheimer e Outras Demências de Salamanca está iniciando um inovador projeto com o objetivo de que as pessoas que sofrem alguma demência exercitem sua mente através das novas tecnologias e possam atrasar a deterioração cognitiva resultante da doença. Um grande ecrã táctil que permite a interação social e a criação de uma rede social especificamente pensada para estas pessoas está dentre os objetivos desta iniciativa.

 

O projeto denominado HEAD: Herramientas tecnológicas para la Enfermedad de Alzheimer e otras Demencias (Ferramentas tecnológicas para o Mal de Alzheimer e outras Demências, em português), foi realizado em colaboração com o laboratório LabHuman do Instituto Interuniversitário de Investigação e Bioengenharia e Tecnologia Orientada ao Ser Humano (I3BH) da Universidade Politécnica de Valencia, que possui experiência em novas tecnologias adaptadas a outras doenças.

 

Neste caso, o objetivo é construir um “sistema multitáctil” composto por um aparelho de televisão normal que estaria encaixado em uma mesa com um ecrã sensível ao toque. “É como se tivéssemos um iPad de 42 polegadas”, comenta em declarações a DiCYT Roberto Lloréns, coordenador científico do LabHuman.

 

Diferentemente de um computador, interagir em uma mesa de grandes dimensões pode ser mais simples para muitos idosos, mas o mais importante é que a idéia destina-se a que interajam vários usuários ao mesmo tempo. “Possuímos evidências de que o diálogo grupal requer um maior esforço cognitivo”, afirma o especialista, de modo que poderia melhorar os resultados.

 

O projeto prevê que na mesa possam jogar quatro pacientes uma vez que, de acordo com as indicações dos terapeutas, existam exercícios que estimulem as funções cognitivas e, particularmente, a memória.

 

Trabalhar a memória autobiográfica

 

“O objetivo é trabalhar sobretudo a memória autobiográfica com elementos como fotos ou números de telefone”, comenta o especialista, que cita um exemplo do funcionamento da mesa. “Se temos fotos no centro da tela, cada usuário pode tentar arrastar as suas até sua área da tela. A proposta é que cada um colete suas lembranças, mas isto fomenta a interação e habilidades sociais, porque podem precisar pedir uma foto própria ao colega”, afirma. O tempo todo um terapeuta controlaria a sessão e tomaria decisões como parar o jogo e fomentar um debate.

 

O projeto HEAD está em uma fase inicial e neste ano se propõe como objetivo criar um sistema de gestão que possa ser utilizado pelos terapeutas para questões como ter uma lista de pacientes. Futuramente seria necessário desenvolver os aplicativos para a estimulação cognitiva e, dando um passo a mais, pretende-se criar uma rede social própria, que seria como “um Facebook para idosos” com um grande leque de possibilidades.

 

Esta rede social permitirá que os usuários armazenem e compartilhem suas fotos com outros pacientes que passem pelo CRE Alzheimer, bem como com seus próprios familiares, que poderiam criar uma conta para interagir com eles. Um aspecto importante é que isto permitirá manter o contato com usuários do centro que, após receber um tratamento, voltam para suas casas.