Tecnología España , Salamanca, Jueves, 12 de julio de 2012 a las 16:29

iParlea: comunicação para todos

Uma fonoaudióloga e um informático unem esforços para criar um aplicativo que permite comunicar-se com pessoas com diferentes deficiências

PAD/DICYT Raquel Modino Corrales, estudante de Fonodiaulogia, e Javier Cid Arroyo, de Informática, desenvolveram o aplicativo iParlea dentro dos projetos do Clube Universitário de Inovação 2012 da Universidade Pontifícia de Salamanca (UPSA). Este aplicativo permite utilizar um iPad ou um iPhone para que pessoas com deficiências comunicativas possam interagir com as pessoas do seu meio, proporcionando uma ferramenta de comunicação a pessoas com problemas para utilizar a linguagem oral e autonomia para iniciar, manter e finalizar uma conversa.

 

Os problemas de fala associados à doentes com dificuldades de interação social (autismo, deficiência mental) ou por falhas motoras (paralisia cerebral, esclerose múltipla, afasias) precisam de um tratamento fonoaudiológico e de ajudas externas que favoreçam a interação com o meio. Os sistemas de comunicação evoluíram desde os primeiros modelos de 1982, quando se utilizavam símbolos em papel organizados em categorias diferenciadas por um código de cor, até modelos de 1997, consistentes em telas eletrônicas com imagens que podiam ser tocadas, ativando uma gravação. Utilizando este desenho básico (formação de frases através da combinação de imagens) e as novas tecnologias (aparelhos com telas tácteis e memória suficiente para armazenar muitas imagens), desenvolveu-se um aplicativo para iPhone ou iPad para construir frases e emití-las a partir de um sintetizador de voz.

 

Funcionamento do iParlea

 

Raquel Modino explicou a DiCYT o funcionamento do aplicativo: “em primeiro lugar, faz-se um screening da linguagem, com uma série de atividades que medem as capacidades e habilidades do usuário para determinar se esta pessoa é apta para o uso do aplicativo”.

 

Por sua parte, Javier Cid comenta que “a pessoa precisa de capacidades determinadas de motricidade para poder selecionar as imagens, e certos conhecimentos dos significados das imagens. Existe um problema, por exemplo, com as pessoas incapazes de reconhecer sentimentos”. Os estudantes referem-se de maneira especial aos doentes com paralisia cerebral. Nas palavras de Modino, “muitas vezes pensa-se que essas pessoas não têm conhecimentos nem sentimentos, mas realmente os têm. O problema é que não são capazes de comunicar-se e este aplicativo facilitaria a comunicação com o meio”, desde que a pessoa possua uma capacidade motora mínima. O aplicativo proporciona um sistema de comunicação com possibilidade de síntese de voz de boa qualidade, que permite estabelecer e manter conversas.

 

Aplicativo em teste

 

Esta é o primeiro aplicativo desenvolvido no Clube de Inovação 2012 que possui difusão, chegando até Dolores Plaza, mãe de Mercedes, uma menina com problemas motores que está testando o aplicativo e colaborando com seu desenvolvimento. Ainda que por certas dificuldades técnicas não tenha sido possível desenvolver o aplicativo até o ponto desejado, Modino e Cid pretendem “explorá-lo e melhorá-lo ao longo do verão”, e estão muito motivados graças ao apoio de Mercedes e Dolores.

 

Duas associações, uma de doentes autistas e outra de pessoas com deficiências motoras, interessaram-se pelo aplicativo, de modo que está prevista a realização de uma reunião informativa entre autores, doentes e familiares destas associações para que, por um lado, conheçam os novos meios que possuem e, por outro, aportem idéias para melhorar o sistema. “Queremos que estes doentes vejam que existe gente que pensa neles”, concluem os criadores do iParlea.