Salud México , México, Viernes, 05 de marzo de 2010 a las 12:59

Nanopartículas de ouro para detectar o câncer

Servirão para identificar de forma mais eficiente o câncer em estágio inicial

Agencia ID/DICYT Ampliar as possibilidades de êxito no tratamento do câncer depende da detecção prematura das células malignas no organismo. Por isso, especialistas do Centro de Pesquisa em Ótica (CIO, em espanhol) trabalham no desenvolvimento de um método baseado no uso de nanoparticulas de ouro que, ao emitir luz, revelam a localização exata de ditas células nas primeiras etapas da doença.

 

De acordo com o doutor Elder de la Rosa Cruz, chefe do departamento de Fotônica do centro de pesquisa e líder do projeto, para detectar o câncer é necessário encontrar proteínas específicas ao redor das células malignas, cuja localização se dificulta com os métodos atuais, pois nas primeiras etapas da doença a concentração das partículas é muito baixa e não podem ser detectadas.

 

Diante disso, para confirmar que um paciente tem câncer, antes de realizar os testes necessários induz-se a multiplicação de tais proteínas a fim de assegurar que sua quantidade seja elevada o suficiente e que se possa descobri-las.

 

“O método (de detecção) em que nós trabalhamos funciona de maneira diferente. Criamos uma nanopartícula (de ouro) e a sua superfície agregamos anticorpos associados às proteínas expressadas pelo câncer. De modo que, quando introduzimos no tecido doente a nanopartícula, esta se adere às células malignas”.

 

Depois, os pesquisadores do CIO irradiam o tecido com uma fonte luminosa (luz infravermelha) com o objetivo de detectar a luz que emitem as nanoparticulas e conhecer sua localização, com o que se determina a região do tecido que está prejudicada.

 

“Com este método conseguimos detectar as proteínas em concentrações muito baixas, o que nos permite descobrir o câncer em estágio inicial. Por exemplo, com processos convencionais eu posso detectar um grama de proteína, enquanto nosso método é capaz de detectar um miligrama, o que é mais eficiente”, afirmou o especialista.

 

De la Rosa Cruz testou suas nanoparticulas de ouro em mostras de tecidos mamários e cérvico-uterino, doadas pelas escolas de Medicina e Medicina do Trabalho, ambas da Universidade de Guanajuato.

As nanoparticulas de ouro utilizadas pelo grupo de investigadores do CIO não são as únicas testadas; no entanto, centrou seu trabalho nelas porque seu grau de toxidade é menor do que o de outros materiais.

 

“Isso as faz excelentes candidatas para serem introduzidas ao corpo e aplicadas in vivo. Além disso, têm outra vantagem: absorvem certa cor da luz, de modo que se lhes agregamos a cor adequada, as partículas se aquecem, aumentando sua temperatura em torno de 5 graus, suficientes para queimar as células cancerígenas. Isso quer dizer que (no futuro) não só poderíamos detectar o câncer em etapas prematuras, mas inclusive destruir as células cancerígenas”, expôs o pesquisador.

 

Apesar de serem menos ofensivas ao organismo humano por sua baixa toxidade, utilizar as nanoparticulas de ouro na detecção ou tratamento do câncer ainda não é possível, advertiu o pesquisador, pois primeiro é necessário encontrar uma substância capaz de colocá-las em cápsulas e evitar que se decomponham no organismo e afetem a saúde do paciente.

 

“Ainda estamos engatinhando para conseguir que o organismo descarte as nanoparticulas. O que fizemos foi otimizar sua resposta luminescente (aumentar sua capacidade para emitir luz), o que me permite usar concentrações muito baixas e, em conseqüência, reduzir sua toxidade. O seguinte passo da pesquisa será envolver as nanopartículas em alguma substância para que o corpo possa excretar-las”, mencionou De la Rosa Cruz.

 

O doutor mencionou que uma das substâncias que querem testar para envolver as nanoparticulas é a quitosana, um polímero extraído da casca do camarão. Esta fase do projeto começará no próximo verão, de modo que esperam ter os primeiros resultados sobre a eficácia do composto em um ano, aproximadamente.

 

Para esta nova etapa de desenvolvimento, como em outros anos, o pesquisador contará com a colaboração de especialistas da Universidade do Texas em Austin e San Antonio.