Ciencias Sociales España , Salamanca, Miércoles, 01 de junio de 2011 a las 14:15
ALICIA RODRÍGUEZ BARBERO, DIRETORA DA NUCLEUS, PLATAFORMA DE APOIO À PESQUISA DA USAL

“Nucleus será a porta de entrada de pesquisadores e empresas aos serviços oferecidos pela Universidade de Salamanca”

Universidade de Salamanca apresenta a nova Plataforma de Apoio à Pesquisa, Nucleus, integrada por 20 serviços, oito deles totalmente novos

José Pichel Andrés/DICYT Alicia Rodríguez Barbero é a diretora da nova Plataforma de Apoio à Pesquisa da Universidade de Salamanca, Nucleus, que a partir de agora engloba os serviços técnicos especializados que oferece a instituição acadêmica aos pesquisadores e empresas. Estes recursos materiais e humanos estão organizados em 20 serviços, oito deles totalmente novos, como explicou na sexta-feira, 27 de maio, na apresentação oficial da Nucleus. Em entrevista à DiCYT, a diretora detalha esta nova infra-estrutura, que pretende modernizar e divulgar as possibilidades científicas e tecnológicas da Universidade de Salamanca.

 

“Reunimos todos os serviços de apoio à pesquisa e criaram-se outros novos, mas não se trata somente de agrupá-los, mas de transformar a idéia que se têm deles”, afirma a diretora. “Os serviços nasceram na década de 1990 como uma fórmula de equipamentos caros e pessoal especializado”, assinala. Então começaram a ser usados pelos pesquisadores de determinados campos que necessitavam análises químicos, técnicas laser o citometria, por exemplo. “Alguns serviços avançaram para oferecer aprendizagem da tecnologia, mostrar-se para a comunidade científica e estudantil, realizar projetos de pesquisa e contatar empresas privadas”, descreve Alicia Rodríguez Barbero.

 

Agora, Nucleus nasce para organizar todas estas possibilidades, “para que cada um dos serviços tenha o respaldo da plataforma”, de forma que será “uma porta de entrada dos pesquisadores e das empresas privadas à todos os equipamentos, metodologias e especialistas que existem nos serviços”. Ademais, um plano de qualidade pretende endossar toda a oferta, reforçando-a com atividades formativas e pesquisa que muitos deles já desenvolvem.

 

Também será um nexo entre os próprios serviços, já que até agora estes “nem sequer se conheciam entre eles”. Neste sentido, “deve-se trabalhar em equipe, porque em alguns casos os serviços estavam ilhados, de maneira que potencializaremos a colaboração para que se possa realizar projetos de pesquisa entre os serviços e sintonizar a tecnologia. A plataforma entra em uma nova era, pretendemos dar um salto qualitativo. Até o momento existiam os serviços e agora somos a plataforma”.

 

Uma “carteira de especialistas”

 

Nucleus é também um portal de saída. “Nós, pesquisadores, costumamos entrar em contato entre nós através do boca-a-boca, mas agora queremos que a plataforma constitua uma carteira de especialistas, que saibamos que temos a técnica, que a temos aqui ao lado e que não necessitamos ir até o Estados Unidos”, afirma a diretora. Do mesmo modo, tal carteira é oferecida à empresa privada “para que veja todos os recursos que tem a Universidade”.

 

Como “portal de saída”, a plataforma também ajudará aos cientistas da Universidade a entrar em contato com os recursos e especialistas que necessita. Por exemplo, “se um pesquisador necessita um equipamento por pouco tempo, a plataforma lhe ajudaria a buscar uma empresa ou uma universidade que o tenha, de maneira que não necessitará gastar tempo em realizar os trâmites”.

 

Estreita relação com empresas

 

Também “pretendemos que as empresas de Castela e Leão tenham uma relação muito estreita com a plataforma”, assegura. De fato, já existem petições para realizar projetos de colaboração e acordos com outras universidades, empresas privadas e empresas públicas através desta nova infra-estrutura da Universidade de Salamanca.

 

“O contato com as empresas é fundamental no século XXI, temos que buscar financiamento externo e é imprescindível que a plataforma mantenha acordos estáveis com distintas companhias privadas”, afirma Alicia Rodríguez. Esta colaboração não só resulta em renda para a universidade pela prestação de serviços à empresas, mas também a possibilidade de que as empresas os ofereçam à instituição acadêmica e esta contribua com a geração de emprego. Por isso, um dos desafios é “divulgar-se às empresas de uma forma personalizada”.

 

“Mais competitivos”

 

Na apresentação estiveram o reitor da Universidade de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, que destacou o novo impulso que recebem os serviços, e a vice-reitora de investigação, María Ángeles Serrano, que destacou que a plataforma “nos tornará mais competitivos”. Ademais, explicou que “otimizar o uso das infra-estruturas da Universidade era um dos objetivos da equipe de governo e esta nova organização será fundamental para fomentar a pesquisa e a inovação”.

 

Os 20 serviços da Nucleus

 

A criação da Plataforma de Apoio à Pesquisa, Nucleus, da Universidade de Salamanca, leva à incorporação de oito novos serviços:

 

Banco Nacional de DNA, a cargo de Alberto Orfao, armazena amostras para pesquisar distintas doenças e tem “uma relevância importantíssima”, afirma Alicia Rodríguez.


Difusão da Pesquisa, que será oferecida pela agência de notícias DiCYT sob a direção de Ana Victoria Pérez. É um “serviço imprescindível para a Universidade, já que os pesquisadores podem publicar o resultado de suas pesquisas em revistas científicas, mas também têm a obrigação de estender este trabalho à sociedade e saber o que fazem seus companheiros para progredir na pesquisa multidisciplinar”, indica a diretora da plataforma.


Geração de Organismos Geneticamente Modificados, dirigido por Manuel Sánchez Martín, serviço que durante anos foi uma unidade dentro do Serviço de Experimentação Animal. “Funcionou muito bem e agora pode ser um serviço estrela”, afirma.


Isótopos Ativos e Radioproteção, a cargo de Alberto Sánchez Cañada. “Em 2013 a radioproteção será obrigatória em todos os centros de pesquisa. Não só dará cobertura legal aos isótopos radioativos na Universidade, mas permitirá que todos os isótopos radioativos estejam controlados”, comenta.


Microscopia, a cargo de Miguel Arévalo. Na realidade é um serviço que se transforma. “Até agora tínhamos um serviço de Microscopia Eletrônica, mas agora oferecemos também o serviço de microscopia convencional ótica e microscopia confocal. Nasce como portal, organizará o acesso aos microscópios da Universidade, utilizaremos os serviços que possuem outros centros de pesquisa. Assim será possível rentabilizar os recursos materiais e humanos.


Separação Celular, dirigido por Andrés García Montero, será responsável pelos testes com populações celulares.

 

Dentro dos novos serviços, há dois externos que se incorporam como serviços de empresas privadas:

 

Gestão Integral de Dados e Suporte ao Laboratório (realizada pelo Cenite Support Systems, uma spin-off da própria Universidade de Salamanca). “A quantidade de dados manipulados pelas ciências biomédicas ou pelas humanas faz com que seja um serviço muito importante, já que oferece um suporte de software e hardware que não poderíamos comprar”, afirma Alicia Rodríguez. Ademais, “é um dos serviços estrela para o futuro e inclui a possibilidade de fazer analises moleculares complexas sem que o pesquisador tenha que se preocupar em aprimorar uma técnica”.


Reparação e Manutenção (VST S.L. Villares Serviço Técnico). Se ocupará da reparação dos aparelhos. “Cobrirá um espaço muito importante no setor biosanitário, quando um equipamento nosso estraga e não sabemos a quem recorrer sem ligar para Madri. Ademais, incorpora a possibilidade de diagnosticar a falha em grandes equipamentos para avaliar se vale a pena que um serviço técnico o repare, assim como a limpeza e a manutenção de microscópios e refrigeradores”, explica.

 

Os 12 serviços restantes já existiam, mas agora estão integrados na plataforma e, em alguns casos, pretende-se que sejam modernizados com inovações importantes.

 

Isótopos Estáveis, dirigido por Clemente Recio. Este serviço tem “uma relação muito importante com a empresa privada há tempos”, aponta. Ademais, logo trabalhará também para importantes centros de pesquisa.
Analise Química Aplicada, liderada por Bernardo Moreno. Um dos serviços mais antigos da Universidade.


Citometria
, dirigido por Alberto Orfao, assim como o Banco Nacional de DNA. “É um dos serviços mais importantes em nível de pesquisa e de relação com a empresa privada”, segundo Alicia Rodríguez.
Difração de Raios X, a cargo de Francisca Sanz, com uma “ampla trajetória e um futuro promissor”, que está se concretizando também em acordos com centros de pesquisa.


Espectrometria de Massas, de César Raposo. “Agora é muito solicitada por sua utilidade para detectar de forma precisa compostos estranhos, como drogas ou alterações na alimentação”, afirma.


Serviço de Experimentação Animal, com Luiz Muñoz na direção. “Dá cobertura legal a todos os pesquisadores que trabalham com animais. Ninguém pode trabalhar com um animal na Universidade sem passar por aqui”, afirma a diretora.


Herbário, cujo diretor é Enrique Rico. “Sua incorporação lhe dará uma visão mais moderna. Até agora recopilou uma coleção de plantas muito importante e mantem relação com a comunidade científica internacional, mas agora queremos digitalizar a coleção, que entre em contato com outros serviços e que a pesquisa a ser realizada seja moderna”, declara.


Laser, a cargo de Luis Roso. O serviço está dentro das atividades do Centro de Pulsos Ultracurtos Ultraintensos (CLPU) e agora “renasce como serviço de apoio à pesquisa, já que esteve muito tempo sem dar cobertura à Universidade. Será um ponto de apoio importante para muitos pesquisadores”, afirma Alicia Rodríguez.


Preparação de Rochas, com María Ángeles Bárcena à frente. “Foi um dos primeiros serviços criados. Utiliza-se como passo prévio ao trabalho de outros serviços, prepara as rochas, procede a sua moagem e, a partir desse material, podem trabalhar os pesquisadores ou outros serviços”, comenta.


Ressonância Magnética Nuclear, dirigido por Anna Lithgow. “Queremos dar-lhe um novo ar, investir nele para oferecê-lo à empresa privada que trabalha e necessita de selos de qualidade”, indica.


Seqüência de DNA, Genômica e Proteômica
, um serviço a cargo de Francisco del Rey Iglesias. Logo incorporará um ultraseqüenciador, equipamento de alta tecnologia que será apresentado no próximo mês e que é o único aparelho com estas características em Castela e Leão.


Serviço Transfronteiriço de Informação Geográfica, STIG, a cargo de Julio Villar. “Trabalha em cartografia e na realização de programas de localização que pretendemos ampliar”, sinaliza.