Health Spain , Valladolid, Tuesday, November 30 of 2010, 16:26

O controle metabólico, chave para controlar as possíveis complicações provocadas pela cegueira em pacientes diabético

O IOBA realiza uma jornada sobre Diabetes Ocular dirigida a médicos de Atenção Básica à saúde, na qual foram revelados avanços na teleoftalmologia

CGP/DICYT O Instituto de Oftalmobiologia Aplicada (IOBA) de Valladolid realizou uma Jornada sobre Diabetes Ocular dirigida a médicos de Atenção Básica. Nela María Isabel López Gávelz, responsável pela Unidade de Diabetes Ocular e Telemedicina do IOBA, revelou que atualmente “existem importantes estudos que confirmaram que o grau de controle metabólico e de fatores de risco como a hipertensão arterial são chaves no controle das complicações oculares da diabetes”.

 

Por esta razão, explica a especialista, “é fundamental valorizar o tipo de complicação ocular e seus possíveis tratamentos, bem como estabelecer bons protocolos de acompanhamento entre os especialistas em oftalmologia e os médicos de Atenção Básica, já que estes últimos são uma peça chave no controle de doenças crônicas como a diabetes e todas as complicações que implica”.

 

Na mesma reunião, que reuniu destacados profissionais de Atenção Básica de todo país, segunda informação do IOBA colhida por DiCYT, os especialistas puseram em manifesto as principais complicações oculares mais freqüentes nos pacientes com diabetes, tais como a retinopatia diabética, edema macular ou catarata. Ademais, os profissionais sanitários debateram sobre os benefícios da cirurgia refrativa e da teleoftalmologia aplica à diabetes.

 

Nas palavras do diretor do IOBA, José Carlos Pastor, “ao falar de diabetes devemos estar conscientes de que as cifras de afetados manejadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) se aproximam aos 3.500.000 cidadãos para 2020”. “E não podemos esquecer que quatro de cada dez destes pacientes desenvolvem retinopatia diabética que, nas formas mais graves, podem degenerar em cegueira”, afirma.

 

A retinopatia diabética, causada pelo deterioro dos vasos sanguíneos que irrigam a retina, é uma complicação ocular associada a um controle deficiente da diabetes e a anos de evolução da doença. “Muitas pessoas com diabetes não entendem completamente sua doença e, menos ainda, as complicações oculares e os benefícios conquistados com um tratamento adequado. Por esse motivo, o trabalho dos médicos de Atenção Básica é fundamental para garantir as revisões periódicas do fundo do olho a todos os afetados por esta patatologia”, concreta Pastor.

 

Nesta linha, Carmen Valverde, do Hospital Clínico Universitário, reconhece que a colaboração e a derivação de pacientes entre ambos profissionais é chave. “Ainda que muitos dos procedimentos em oftalmologia não sejam efetivos à cura, ajudam a impedir a progressão da lesão. As campanhas de prevenção e o tratamento precoce podem diminuir as taxas de cegueira por retinopatia diabética em mais de 70 por cento dos casos”, enfatiza.

 

Edema macular

 

O encontro de Valladolid também serviu aos especialistas para ressaltar o edema macular como uma das principais causas de perda de visão nas pessoas com diabetes tipo 2 já que, somente na Espanha, 140.000 pacientes apresentam edema macular diabético, segundo dados da Sociedade Espanhola de Retina e Vítreo (SERV).

 

“Estamos diante de um problema terapêutico muito importante, já que o laser, que é a primeira opção de tratamento, não é eficaz em todos os casos. Ainda assim, existem novas terapias em fase de pesquisa que são muito esperançosas”, comenta María Isabel López.

 

O edema macular, provocado pela acumulação de sangue e outros fluídos na mácula, afeta a visão nítida e a visão central, que permitem distinguir os detalhes e realizar atividades da vida cotidiana tais como ler, escrever ou dirigir. “Por essa razão, atualmente, todas as pesquisas realizadas no tratamento do edema macular diabético pretendem ir mais além da manutenção das sobras da visão, que é o objetivo dos atuais tratamentos, e procuram restaurá-la para melhorar, definitivamente, a qualidade de vida dos pacientes que apresentam esta complicação da diabetes”, detalha.

 

Teleoftalmologia

 

Os assistentes também conheceram as principais vantagens da teleoftamologia, um sistema de consulta por internet entre médicos de Primeiro Atendimento e os especialistas de oftalmologia para o diagnostico de patologias na retina, em doenças como a diabetes. “A aplicação de tecnologias das telecomunicações através deste sistema resulta particularmente útil, sobretudo naquelas doenças em que o diagnostico por imagem é fundamental como a oftalmologia. No campo concreto da diabetes, ajuda a diminuir os casos de cegueira”, explica López. Tratando-se de um sistema a distancia, a teleoftalmologia aporta mais comodidade no acompanhamento das pessoas com diabetes, ao tempo em que ajuda a reduzir o prazo de diagnóstico ante qualquer complicação ocular do paciente.

 

O IOBA centrou-se no desenvolvimento de sistemas automáticos de detecção de lesões de retinopatia diabética e da pesquisa clínica independente sobre tratamento do edema macular. A Unidade de Diabetes Ocular e Telemedicina do IOBA desenha programas de pesquisa, docência e assistência na abordagem das complicações oculares e na prevenção da cegueira relacionadas com a diabetes. “O projeto mais ambicioso que estamos desenvolvendo é o desenho de um software capaz de diagnosticar automaticamente a severidade da retinopatia diabética ou do edema macular e contribuir a diminuir a cegueira”, afirma a especialista.