Salud España , Salamanca, Jueves, 31 de enero de 2013 a las 14:57

Pesquisa pretende antecipar o diagn贸stico do Alzheimer

O estudo de biomarcadores bioqu铆micos e de resson芒ncias magn茅ticas poderia determinar se uma pessoa desenvolver谩 uma dem锚ncia, conforme explicou um especialista em Salamanca

JPA/DICYT Juan Fortea Ormaechea, pesquisador do Hospital San Pau Barcelona, explicou hoje no Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) da Universidade de Salamanca que através do estudo de biomarcadores bioquímicos e de ressonâncias magnéticas no futuro seria possível saber com antecipação se uma pessoa desenvolverá Alzheimer. O especialista é cauteloso porque agora somente se trata de uma linha de pesquisa, mas já se sabe que a doença começa entre 10 e 20 anos antes de que apareçam os primeiros sintomas.

 

“Trabalhamos com biomarcadores bioquímicos em líquido cefalorraquidiano e com ressonâncias magnéticas para diagnosticar a doença inclusive antes de que possa apresentar sintomas”, explicou em declarações à DiCYT. Do ponto de vista da pesquisa básica, estes estudos servem também para “tentar entender a fisiopatologia da doença, como se produz”.

 

“É fundamental entender quais são os processos que conduzem à doença para intervir em sujeitos que ainda não possuem nenhum tipo de sintoma, ainda que tenham os processos biológicos em curso”, assegura, uma hipotética intervenção que poderia ocorrer em um futuro que ainda está distante.

 

Os cientistas já são capazes de encontrar biomarcadores para avaliar as etapas prévias à demência. “Na etapa de deterioração cognitiva leve, que antecede a demência em cinco anos, já estão em curso e é provável que isto possa ser incorporado a etapas mais prematuras”, indica Juan Fortea.

 

O que são estes biomarcadores? Do ponto de vista bioquímico, o que analisam os pesquisadores no líquido cefalorraquidiano são as proteínas que se acumulam no cérebro produzindo um dano neuronal. Por outro lado, com a ressonância magnética “podemos ver as conseqüências dessa acumulação de proteínas em forma de atrofia cerebral, dano cerebral, ou alterações funcionais”, afirma.

 

Se esta forma de realizar o diagnóstico fosse aceita de forma clínica, os pacientes teriam que fazer testes não muito complexos, porque a obtenção do líquido cefalorraquidiano comporta uma punção lombar e a ressonância magnética pode variar entre 20 e 40 minutos.

 

Sem previsões individuais

 

Em todos os casos, o especialista se mostra muito cauteloso. “Ainda que por grupos detectemos mudanças que variam de 10 a 20 anos antes que se desenvolva a doença, não estão sendo aplicadas estas técnicas porque, individualmente, hoje em dia, não é possível fazer previsões”, indica, “não sabemos se todos os que apresentam biomarcadores desenvolverão a doença, nem quando isso poderia acontecer”.

 

No entanto, nas fase de deterioração cognitiva leve, cinco anos antes de que se manifeste a doença com todos seus sintomas, “os biomarcadores já indicam com bastante segurança que estamos diante do início de um processo de demência como o Alzheimer”.

 

Na realidade, atualmente antecipar o diagnóstico não ajuda a combater a doença do ponto de vista farmacológico e ainda não existe nenhum medicamento capaz de paliar a doença. Contudo, “um diagnóstico precoce é uma informação muito relevante para o paciente, com muitas implicações psicológicas e de planejamento”, comenta o especialista, e “quando possuamos medicamentos, estes estudos serão fundamentais para iniciar os tratamentos futuros”.