Pesquisa-se doenças da retina muito frequentes em Castela e Leão
AFM/JPA/DICYT O Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) da Universidade de Salamanca investiga doenças relacionadas com a retina como a retinose pigmentar e a amaurose congênita de Leber, problemas com alta incidência na Espanha, principalmente em Castela e Leão e que, nos casos mais graves, podem provocar cegueira.
O jovem pesquisador Saúl Herranz, que pertence ao grupo liderado por Concepción Lillo, deu no dia 22 de março uma palestra sobre este tema. Em declarações a DiCYT explicou que seu laboratório trabalha com um conjunto de proteínas chamadas CRB, que estão presentes na retina. “Descrevemos quais mutações em uma delas, CBR1, provocam degenerações como a retinose pigmentar e a amaurose congênita de Leber”, indica.
A população espanhola, e especialmente a desta comunidade autônoma, apresenta uma alta taxa de mutações da CBR1 e, portanto, um maior número de pessoas com estas doenças, o que poderia ser explicado tanto pelas características genéticas dos habitantes da região, como por fatores ambientais.
“Até agora pensava-se que esta proteína somente intervinha na manutenção de uniões celulares da retina em adultos”, indica Saúl Herranz. No entanto, os pesquisadores do Incyl comprovaram que também é muito importante para o correto desenvolvimento da retina, de forma que, se a CRB1 sofre alguma alteração, são produzidas as distrofias retinianas. Os cientistas deste grupo realizaram estudos tanto in vitro, quanto in vivo, em ratos com estas mutações.
Ademais, um aspecto distinto, porém muito interessante, desta linha de pesquisa é que as proteínas CRB não só se encontram na retina, mas também em muitas outras células e quando sofrem mutação podem provocar uma proliferação das células de forma descontrolada, isso é, um câncer. Por esse motivo, conhecer melhor estas moléculas tem um amplo interesse biomédico.
Saúl Herranz apresentará em breve sua tese doutoral baseada nesta linha de pesquisa, mas falta muito trabalho por diante. Por exemplo, o grupo estuda em que momentos começa a degeneração, estuda a localização das proteína CRB3 dentro da retina e, pensando no futuro, testa possíveis terapias baseadas neste conhecimento.