Salud España , Valladolid, Lunes, 01 de octubre de 2012 a las 12:38

Pesquisadores do Clínico associam níveis elevados de uma proteína a uma atividade maior do lúpus

Descoberta permitirá melhorar o acompanhamento destes pacientes, uma alternativa às biópsias que normalmente são realizadas para monitorar a doença

Cristina G. Pedraz/DICYT O lúpus é uma doença reumática, crônica e sistêmica já que, além de afetar às articulações e músculos, pode danificar a pele e quase todos os órgãos. Sua base é auto-imune, sendo produzida pela formação de anticorpos, e calcula-se que afeta aproximadamente 20.000 pessoas na Espanha. Os pacientes sofrem fases de surto e outras em que os efeitos diminuem, ainda que existam lúpus muito graves e outros menos graves como os que se manifestam com afecções na pele. Com relação ao perfil do paciente, a patologia afeta principalmente mulheres na época fértil, entre 20 e 40 anos. Pesquisadores do Hospital Clínico Universitário de Valladolid analisaram a possibilidade de auxiliar o acompanhamento de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmicos (LES) através da aferição de uma proteína na urina, a MCP-1.

 

Os pesquisadores, que pertencem à Unidade de Doenças Auto-imunes do Serviço de Medicina Interna, ao Serviço de Microbiologia e Imunologia e ao Programa de Investigação Biomédica do Clínico (ibC), acabaram de publicar o trabalho na revista científica Cytokine. Especificamente, identificaram níveis elevados na urina de MCP-1, proteína do sistema imunológico associada a uma maior atividade desta doença. Esta proteína causa inflamação e foi associada previamente ao dano renal no lúpus.

 

O estudo realizado pelos pesquisadores do Hospital Clínico de Valladolid analisou 27 proteínas diferentes, especificamente citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento, na urina de 28 pacientes previamente diagnosticados com Lúpus Eritematoso Sistêmico, a fim de saber qual seu potencial como biomarcadores de atividade da doença. Somente no caso do MCP-1 os pesquisadores foram capazes de correlacionar diretamente sua presença na urina com um maior índice de atividade da doença.

 

Como explica Julia Barbado, responsável pela Unidade de Doenças Auto-imunes do Hospital Clínico e pelos pacientes do estudo, esta descoberta “poderia representar uma alternativa às biópsias que normalmente devem ser realizadas com estes pacientes para monitorar a atividade da doença ou a resposta ao tratamento”.

 

Este estudo está dentro do programa de Investigação Biomédica do Clínico (ibC), desenvolvido recentemente neste Hospital a fim de apoiar a realização de projetos de pesquisa aplicada. Segundo Jesús Bermejo, coordenador deste programa, “o uso de biomarcadores não invasivos, por exemplo na urina, representa uma oportunidade de evitar incômodos aos pacientes em um futuro próximo, e abre uma nova etapa para o acompanhamento e para encontrar soluções sobre o tratamento dos pacientes com Lúpus”.

 

Tratamento precoce a acompanhamento

 

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (SLE, em inglês) está dentro das doenças auto-imunes. Nestas doenças, o sistema imunológico se “confunde” e não diferencia entre os antígenos estranhos (micróbios) e os antígenos próprios de nossas células, produzindo inflamação e dano aos tecidos do organismo. Trata-se, como seu nome indica, de uma doença sistêmica, e os doentes podem sofrer surtos que afetam muitos órgãos: pele, articulações, rins, coração, pulmões, etc.

 

O lúpus é uma doença crônica, de modo que o acompanhamento adequado destes paciente com o tratamento precoce das complicações é fundamental para evitar a produção de danos graves nos órgãos vitais, segundo os dados do Conselho de Saúde facilitados a DiCYT.

 

De acordo com dados da Sociedade Espanhola de Reumatologia, uma cidade com 100.000 habitantes terá a cada ano sete novos casos de lúpus, aproximadamente. O lúpus pode aparecer em qualquer idade: infância, idade adulta e velhos, ainda que na maioria dos casos apareça entre 17 e 35 anos. Esta doença representa um grande custo humano e econômico para os pacientes, seus familiares e para o Sistema Nacional de Saúde.