Medio Ambiente España , León, Jueves, 12 de mayo de 2011 a las 16:00

Projeto busca recuperar árvores frutíferas adaptadas ao clima da província de León

Membros da Fundação+Árvores negociam com prefeituras a cessão de terras comunais para plantar em junho um bosque com 200 exemplares

Antonio Martín/DICYT O clima severo da província de Léon, com geadas no inverno e verões curtos e intensos, endureceu as árvores frutíferas plantadas nas zonas rurais. O progressivo despovoamento do mundo rural afetou estas árvores, abandonando-se em muitos casos seu cuidado. Por questões de preservação desta diversidade genética, a Fundação+Árvores iniciou um projeto para plantar um bosque de árvores frutíferas com estacas de exemplares autóctones. Os promotores da iniciativa negociam atualmente a cessão de terrenos comunais com prefeituras das proximidades do rio Curueña, para começar a plantar em junho.

 

A iniciativa começou na apresentação da Fundação+Árvores em outubro. Nesta reunião participaram associações e sindicatos agrários e florestais. Então foram formuladas questões sobre a diversidade genética das plantações da província. Entre as idéias, surgiu a criação de um bosque de espécies frutíferas autóctones da província de León, que os promotores afirmam encontrar-se em perigo de extinção. “Existem pereiras que resistem em zonas de montanha às geadas, e que agora, pelo despovoamento do mundo rural, estão abandonadas, de modo que será perdida sua herança genética”, relata à DiCYT Carlos Alfaro, da Fundação+Árvores.

 

Esta idéia começou a materializar-se a princípios de janeiro de 2011, em uma nova reunião do grupo de outubro na qual foram distribuídas tarefas para a criação desse futuro bosque de frutas autóctones: um sócio, Matías Llorente, buscaria um terreno público de um ou dois hectares e os demais assistentes se organizariam em equipes para fazer um trabalho de campo em povoados, buscar as árvores e obter dados de sua origem e ao menos quatro galhos de cada uma, a fim de plantá-las em vasos ou enxertá-las. Atualmente o grupo tem cerca de 200 galhos plantados com brotos de folhas em uma fazenda na ribeira do rio Bernesga. Estão reunidas amostras de ginjeiras, cerejeiras, macieiras, pereiras e marmeleiras.

 

Como a época para colher galhos terminou em março, já que na primavera as árvores começam a brotar, surgiu a necessidade de improvisar uma primeira fase para não perder o ano. A segunda fase, mais sossegada, seria o momento de redigir um projeto (tratando de recuperar não só a realidade física das árvores, mas também sua identidade, incluindo seu genoma e memória histórica) e planificar as posteriores intervenções. Nestes momentos os promotores estão buscando um terreno para localizar seu bosque e começar a plantação das estacas em junho. O projeto está desenhado para que as árvores frutíferas sejam cuidadas por idosos da localidade em que se localizem, como forma de ócio para este coletivo e para contribuir a melhoria de seu estado físico.

 

Coleta de galhos em março

 

A coleta de galhos realizou-se em povoados da ribeira do Esla, La Aldea del Puente, Quintana de Rueda, Villahibiera, Fuentes de Peñacorada e casarios isolados. O grupo coletor entrou inclusive no monte e retirou galhos de árvores selvagens, tomando cuidado para que as zonas não estivessem contaminadas pelo fogo bacteriano. Os campesinos da zona ajudaram a diferenciar as espécies autóctones das que não eram, mostraram árvores centenárias e ajudaram no acesso a hortas abandonadas nas quais as árvores sobreviviam com dificuldades. Nessa fase foram coletados 180 galhos pertencentes a cinqüenta árvores.

 

Atualmente, as árvores estão evoluindo normalmente, informa Alfaro, “nelas brotaram folhas e se apresentam como futuros exemplares produtores de frutas” que os responsáveis pelo projeto qualificam como “de toda a vida”. A equipe também se propôs a fotografar o florescimento dos exemplares de procedência, com o fim de conhecer a evolução dos mesmos.

 

Ainda que a princípio se tenha cogitado coletar o DNA dos exemplares dos quais foram retirados os galhos, os promotores da iniciativa não realizarão esta atividade “neste momento”, devido ao seu custo. Todo o projeto realiza-se com recursos econômicos próprios. Em uma segunda fase, em 2012, pretende-se ampliar o bosque com mais 200 exemplares. Paralelamente, um dos participantes, o botânico e naturalista Manuel Durruti, cogitou a criação de um parque de bosques temáticos que se chamará Botanicum Europa.