Tecnología España , Castilla y León, Martes, 18 de diciembre de 2012 a las 16:04

Projeto regional promove a conservação da biodiversidade da Ribera del Duero

Fundação Oxígeno promove, junto com outras entidades, um Observatório que envolve as províncias de Soria, Burgos, Segovia e Valladolid

Cristina G. Pedraz/DICYT A fim de proteger as espécies e ecossistemas que fazem parte da biodiversidade da Ribera del Duero, que se estende ao longo das províncias de Soria, Burgos, Segovia e Valladolid, a Fundação Oxígeno, com o apoio da Fundação Biodiversidade, da Fundação Cajamar e Cajacírculo, desenvolveu um Observatório que inclui diversas iniciativas. Para proteger estas espécies, especialmente as que se encontram em extinção ou ameaçadas, incentivam atividades como o manejo da terra e o planejamento ambiental por parte de municípios e propriedades particulares, como plantações e vinícolas.

 

Conforme explica a DiCYT Roberto Lozano, presidente da Fundação Oxígeno, o Observatório da Biodiversidade da Ribera del Duero (OBIRD) “é uma pequena entidade que criamos nesta comarca a fim de incentivar a conservação da natureza através do envolvimento dos proprietários e pequenos municípios”. Ao longo de 2012 desenvolvemos atividades em aproximadamente 60 municípios das quatro províncias, onde foram organizadas exposições e oficinas para crianças com o objetivo de conscientizar a população. Do mesmo modo, afirma Lozano, trabalha-se no desenho de uma página web que albergará toda a informação relativa à biodiversidade da Ribera del Duero e que começará a funcionar nas próximas semanas.

 

Outra atividade desenvolvida no decorrer deste ano foca-se na restauração de antigos currais de gado do pasto real de Segovia para sua reabilitação como centro de trabalho, com uma sala de interpretação ambiental, um albergue e uma destilaria de orujos “a fim de coletar um resíduo muito valorizado e fazer um produto autóctone com uma pequena cooperativa com pessoas de baixa ou nenhuma renda”.

 

“De modo geral, o que queremos com este projeto é criar ilusão e expectativa no meio rural, provocando os agricultores, pecuaristas e outros tipos de perfis profissionais, além da população geral”, insiste o presidente da Fundação Oxígeno.

 

Boas práticas ambientais

 

A finalidade, agrega Lozano, é encerrar algumas atuações ambientais problemáticas promovidas pela PAC (Política Agrária Comunitária) “como concentrações de terra e a recuperação de terrenos baldios e marginais”. Do mesmo modo, trata-se de fomentar “a formação e informação em boas práticas ambientais orientadas a agricultores e pecuaristas, bem como a divulgação e educação ambiental para a população em geral”. Conforme expressa o especialista, a Ribera del Duero é uma comarca de cerca de 100.000 habitantes que não sabe que possuem espécies em perigo de extinção tão importantes como o urso pardo ou o lince, uma ignorância “que pode levar a sua perda”.

 

Com relação à formação de agricultores e pecuaristas em boas práticas ambientais, pretende-se realizar mudanças “que possam favorecer a conservação da paisagem e destas espécies”. Assim, atualmente a Fundação trabalha com cerca de quinze prefeituras da comarca para que as concentrações de terra considerem a preservação do ecossistema.

 

“As concentrações de terra são um perigo porque muitas delas foram planejadas há anos, mas seus projetos ainda não foram realizados, e queremos que seja considerada a conservação das áreas de estepe. Por isso trabalhamos com as prefeituras de modo preventivo para que no próprio planejamento sejam eliminadas estas áreas como áreas de atuação e uso dos proprietários e que se considerem como bem comum do povo”, precisa.

 

Com relação aos pecuaristas, trata-se, por exemplo, de formar os pastores que passam por estas áreas de estepe. Neste sentido, explica Lozano, “encontramos áreas pelas quais passam 2.000 ovelhas de manhã e outras 2.000 de tarde, o que faz com que tanto a vegetação, quanto a fauna, desapareçam pouco a pouco”. Deste modo, a Fundação informa aos pecuaristas a necessidade de que passem com menor freqüência pelo mesmo lugar. Por outro lado, trabalham com vinhedos da comarca a fim de que não destruam pequenas lagoas e sebes, por exemplo, que se encontram entre seus cultivos, pequenas ações “que podem fazer com que a paisagem e o meio sejam melhor conservados”.

 

 

Ribera del Duero

 

A Ribera del Duero é uma comarca fundamentalmente agrícola pela qual passa o rio Duero, na qual se encotram várias paisagens e espécies. Por exemplo, na parte que linda com a área de pinheiros da Serra da Demanda de Burgos e Soria encontram-se bosques de pinho, carvalho, zimbro ou junípero, entre outras espécies, e nesta “bagunça” de florestas o setor agrícola está espalhado em terrenos de cereais de sequeiro e vinhedos. Dentre eles encontramos terrenos baldios e marginais, terras que estão sem cultivar há anos e que na última década, devido à PAC, estão sendo trabalhadas. “Um grande mosaico de cores, espaços, terrenos em repouso, plantações, vinhedos, zimbreiros nos quais, a primeira vista, parece que não existem grandes espaços de estepe representativos como no sul da península, mas que albergam espécies em perigo de extinção como a calhandra-de-dupont que, devido a este movimento agrícola e a construção das estradas que atravessam a comarca, foram sendo perdidas”. Ademais, a Ribera del Duero alberga outros lugares de interesse comunitário como a área de Montejo de la Vega ou os zimbreiros do Arlanza.