Alimentación España , Segovia, Martes, 13 de diciembre de 2011 a las 12:58

Quitridiomicose, a doença que está por trás da extinção de 200 espécies de anfíbios

Este mal causado por um fungo, afeta sua pele e causa um dano praticamente irreparável neste órgão sensível

RAG/DICYT As rãs com as quais se realizava há alguns anos o famoso teste para saber se as mulheres estavam gravidas, uma espécie procedente da África do Sul utilizada normalmente em laboratórios do mundo todo, parecem ser a origem da pandemia de anfíbios chamada quitridiomicose, uma doença causada por um fungo que já extinguiu mais de 200 espécies de anfíbios em todo o mundo. Este mal afeta sua pela - órgão pelo qual respiram - causando-lhes um dano tão grave que ou morrem por conta das lesões que provoca, ou por alguma patologia que em condições normais teriam superado sem problemas aparentes.

 

Muitas espécies foram extintas antes de que o fungo fosse descrito para a ciência. Não se sabia realmente porque estavam morrendo populações inteiras de anfíbios no Equador, na Austrália ou na Espanha. Ao final, a principal hipótese e a mais aceita consistia na expansão com a exportação da África do Sul ao resto do mundo de milhões de rãs para uso científico, relata a DiCYT Manuel Merchán, professor da IE University de Segovia, diretor da Associação Chelonia e responsável pelo projeto Biodiversidade anfíbia e aquecimento global em Castela e Leão.

 

Por ser um fungo, suas esporas se difundem com facilidade, por meio da pata da vaca ou de uma ave, das botas do pesquisador que lida com os anfíbios ou, logicamente, pela água. “Onde existem esporas é muito complicado deter a infecção. Na Espanha existem regiões limpas, mas são muito poucas, destaca o cientista, que agrega que este mal pode ser curado aplicando-se nos animais que dele sofrem um tratamento com fungicidas. No entanto, adverte que esta medida não poderia ser aplicada em um ecossistema completo.

 

Mudanças de temperatura

 

Outro fator que afeta muito os anfíbios, e que está sendo estudado no projeto coordenado por Merchán, é o aumento da temperatura nos ecossistemas que habitam. Tem-se a certeza de que pequenos aumentos podem causar grandes danos nestas espécies e, ainda que desde o início do projeto em setembro de 2010 tenham sido realizados estudos para medir sua influência concreta, Merchán afirma que ainda é cedo para determinar em que medida esta variação climática afetou os anfíbios, devido a falta de registros anteriores.

 

A esta modificação do clima se unem outros fatores que alteraram os habitats em que residem estes animais, como a contaminação ou a dessecação das superfícies aquáticas, fenômeno que não é muito grave, mas que causa efeitos “catastróficos” sobre espécies que necessitam de água para reproduzir-se. Estimar o dano concreto produzido em um ecossistema determinado pelo desaparecimento dos anfíbios é praticamente impossível.

 

Em qualquer caso, tanto as doenças emergentes, como a quitridiomicose, quanto o aquecimento global, estão alterando as espécies e ecossistemas, conclui o diretor deste projeto, financiado pela entidade financeira Caja España - Caja Duero.