Salud España , Valladolid, Martes, 07 de septiembre de 2010 a las 16:11

Relação entre degeneração aórtica e fatores de risco cardiovascular é estudada

Cientistas de Valladolid analisam se tabagismo, hipertensão ou dislipidemia predispõem o surgimento desta patologia, como acontece em países nórdicos

Cristina G. Pedraz/DICYT Diversos estudos elaborados em países do norte da Europa apontam para a existência de relação entre a estenose aórtica, também chamada de doença degenerativa da válvula aórtica, e fatores de risco cardiovascular comuns como a hipertensão, o tabagismo e a dislipidemia (alteração nos níveis de lipídios no sangue). Para avaliar a situação atual na comunidade autônoma de Castilla y León, o Instituto de Ciências do Coração (Icicor) de Valladolid, juntamente com um grupo de especialistas do Conselho de Saúde Pública, realizam um trabalho nesta área de pesquisa.

 

Como indica a DiCYT Alberto San Róman, responsável do Icicor, os estudos que sugerem esta relação foram realizados fora da comunidade e fora da Espanha, concretamente em países anglo-saxões e escandinavos, de forma que o fato “pode não ser aplicável ao nosso país”. Como lembra, existe o que se denomina o paradoxo do sul da Europa, “que ocorre especialmente em Castilla y León e que se baseia em que, apesar de sofrermos as mesmas doenças coronárias que em outros países, a mortalidade é menor”.

 

Dessa forma, ainda que uma elevada proporção da população espanhola apresente uma variedade de fatores de risco cardiovascular, tais como tabagismo, colesterol alto, hipertensão e diabete, a taxa de infartos do miocárdio é baixa com relação à de outros países. O objetivo deste estudo é determinar a relação entre estas situações de risco e as patologias que afetam a artéria aorta na região, e se o controle destes fatores, como parar de fumar, podem alterar sua aparição.

 

“Temos que averiguar se esta relação existe em Castilla y León e se com o controle destes fatores podemos evitar que a válvula aórtica se degenere”, destaca o responsável do Icicor. No caso da estenose aórtica, ocorre um estreitamento da válvula aórtica (que comunica o ventrículo esquerdo do coração com a aorta), o que impede o fluxo normal de sangue em direção à principal artéria que sai do coração (a aorta), ocasionando um aumento na pressão dentro do ventrículo.

 

No trabalho, o Icicor colabora com um grupo do Conselho de Saúde Pública dirigido por Tomás Vega e Rufino Álamo, e já se dispõe de um grupo de pacientes nos quais foi efetuado um exame de fatores de risco cardiovascular. Por sua parte, o Instituto de Ciências do Coração se encarregará de realizar uma radiografia para observar em que estado se encontra a válvula aórtica e desenvolver uma análise comparativa.

 

Outros trabalhos

 

Na mesma área, o Icicor forma parte de um grupo de cientistas de âmbito nacional que busca conhecer a evolução dos pacientes maiores de 80 anos com estenose aórtica severa, com o fim de determinar os sintomas mais freqüentes.

 

Atualmente, o único tratamento eficaz no combate à estenose aórtica é a substituição da válvula, seja de maneira convencional, que se realiza com cirurgia cardíaca aberta, ou através de um novo tratamento que começa a ser realizado em pacientes nos quais a cirurgia envolve um risco excessivo, implantar a válvula pela via percutânea. Nesta nova técnica é realizada uma incisão na perna do paciente e a válvula é levada até o coração, onde se abre esmagando-se contra as paredes da válvula prejudicada para permitir o fluxo normal do sangue.

 

Também existem tratamentos farmacológicos para tentar diminuir a evolução da patologia. Um deles consiste na administração de estatinas e está sendo estudado atualmente em Salamanca. Assim, em alguns pacientes se administra placebo enquanto, aos outros, são dadas estatinas para avaliar os efeitos deste tratamento farmacológico. No entanto, se o paciente apresenta somente sintomas ou se estes são muito leves, apenas o monitoramento médico é necessário. Entre os sintomas mais comuns se encontram o ofego, dor no tórax, desmaios ou debilidade e palpitações.